Inadimplência dos produtores rurais chega a 7,6%
O levantamento destaca que os pequenos produtores foram os menos impactados

A inadimplência da população rural brasileira manteve-se estável em 7,6% no último trimestre de 2024, segundo dados da Serasa Experian. O índice considera dívidas vencidas há mais de 180 dias, relacionadas a atividades do agronegócio. Na comparação anual, a variação foi discreta, com alta de apenas 0,8 ponto percentual em relação ao fim de 2023.
Segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, “o cenário estabilidade da inadimplência no agro brasileiro no último tri de 2024 reflete, principalmente, o aperto da política de crédito dos credores e a resiliência de grande parte do setor – que mesmo com desafios de custos e de perdas, segue honrando seus compromissos. Além disso, modelos preditivos aplicados em ferramentas de análise e gestão de risco, como o Agro Score, e um mercado mais criterioso sobre a tomada de recursos financeiros, acabam também por reduzir a negativação. Por isso, entendemos que cultivar o equilíbrio entre a demanda e a concessão é essencial para manter um consumo de crédito saudável em toda a cadeia”.
O levantamento destaca que os pequenos produtores foram os menos impactados, com inadimplência de 6,9%, enquanto os grandes proprietários registraram o maior índice, de 10,2%. Na análise regional, o Sul do país se mantém como a região com menor taxa de inadimplência (5,1%), mesmo não sendo a maior produtora nacional. Já o “Norte Agro” concentra o maior percentual, de 11,3%.
“Precisamos realizar essa relativização em que a cadeia agro mostra um cenário muito mais otimista em relação a inadimplência. É importante diferenciar pois, se no geral apenas 7,6% dos proprietários rurais PF estão inadimplentes, nesse recorte, a porcentagem é ainda menor”, finaliza.