Clima favorece aveia e trigo forrageiro
Geadas afetam áreas de pastagem no Rio Grande do Sul

De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (7), iniciou-se de forma lenta o rebrote das pastagens nativas no Rio Grande do Sul, ainda com baixo valor nutricional. As pastagens cultivadas de inverno apresentam, em geral, boa capacidade de rebrote, especialmente o trigo forrageiro semeado no início de abril para pastoreio.
A Emater/RS-Ascar informou que áreas com sobrepastejo ou falhas no controle de lotação perderam potencial produtivo e apresentam maior risco de incidência de plantas indesejadas. Produtores começaram o preparo do solo para a semeadura de milho para silagem.
Na região de Bagé, mesmo com geadas em alguns pontos, houve retomada do crescimento das pastagens cultivadas. Em Hulha Negra, foi realizado um evento da Emater/RS-Ascar, da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado e da Embrapa para apresentar novas variedades destinadas ao período de vazio forrageiro de outono-inverno.
Em Caxias do Sul, a amplitude térmica e a umidade do solo favoreceram o desenvolvimento das espécies de inverno, permitindo o pastejo. A aveia se destacou, principalmente em áreas de integração lavoura-pecuária. Também começou o manejo de campo nativo com fogo prescrito para renovação da pastagem.
Em Erechim, a alternância entre sol e chuva beneficiou a rebrota das forrageiras cultivadas, aumentando a oferta de massa verde aos rebanhos. Foram utilizadas cultivares da Embrapa para silagem de inverno, como os trigos BRS Reponte e BRS Entressafras e o triticale BRS Zênite. No entanto, lavouras mais precoces para silagem outonal foram danificadas pelas geadas, levando produtores a antecipar a colheita para preservar valor nutritivo.
Em Frederico Westphalen, áreas de verão com sobressemeadura apresentaram bom desenvolvimento e disponibilidade de forragem. Situação semelhante foi registrada em Soledade, onde o azevém, mesmo fora do ponto ideal, já permite pastejo.
Em Ijuí, as espécies de inverno tiveram desenvolvimento considerado excelente, com sobra de forragem em algumas propriedades. Os cultivos de trigo, triticale e aveia-branca para silagem estão no início da fase reprodutiva, com previsão positiva de produtividade.
Em Passo Fundo, geadas pontuais prejudicaram áreas de azevém e aveia, mas as condições de solo e clima favoreceram o crescimento da maior parte das espécies de inverno, garantindo níveis adequados de forragem. O trigo para silagem está na fase vegetativa, e produtores aplicaram fungicidas para controle de ferrugem.
Em Pelotas, o clima impulsionou o rebrote das pastagens cultivadas de inverno. Já em Porto Alegre, as condições prejudicaram o campo nativo e as pastagens de inverno, que não atingiram pleno desenvolvimento, e a umidade elevada dificultou o pastejo.
Em Santa Maria, pastagens implantadas tardiamente cresceram bem, enquanto áreas afetadas por geadas estão em recuperação. O triticale para silagem apresentou bom desempenho.
Em Santa Rosa, as geadas impediram o rebrote do campo nativo e de espécies como braquiária, tifton, jiggs, capim-capiaçu e kurumi. As forrageiras de inverno ofereceram boa massa verde, mas a combinação de chuva e pisoteio causou arranquio de plantas. No sistema de integração lavoura-pecuária, o azevém apresentou população satisfatória, ajudando a prolongar a oferta de forragem. Produtores aguardam condições adequadas para implantar as forrageiras anuais de verão.