Clima seco impulsiona plantio de trigo e cevada na Argentina
A semeadura da cevada também apresentou avanços

Após uma semana praticamente sem chuvas, o plantio de trigo avançou significativamente na Argentina, segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA). A semeadura do cereal atingiu 72,7% da área estimada de 6,7 milhões de hectares, um progresso de 12,4 pontos percentuais em relação à semana anterior. As boas condições climáticas favoreceram regiões anteriormente afetadas pelo excesso de umidade, como o Núcleo Sul e o Centro de Buenos Aires, reduzindo atrasos históricos. Nacionalmente, o ritmo de plantio está 4,1 p.p. à frente do registrado no mesmo período do ano passado.
A semeadura da cevada também apresentou avanços, alcançando 50,8% da área prevista de 1,3 milhão de hectares. Ainda assim, há um atraso interanual de 12 pontos percentuais, principalmente por problemas de excesso de umidade no Norte de La Pampa, Oeste e Centro de Buenos Aires. No entanto, o sul da região agrícola mantém bom ritmo de implantação, impulsionado por condições hídricas favoráveis.
A colheita de soja está próxima do fim, com 98,3% da área apta colhida, embora ainda apresente um leve atraso de 1,3 p.p. em relação ao ano anterior. O rendimento médio nacional é de 29,8 sacas por hectare, 15% superior à média das últimas cinco safras. A soja de primeira está praticamente finalizada, com produtividade média de 31,5 sacas/ha. Já a soja de segunda cobre 95,2% da área, com bons rendimentos no Centro-Este de Entre Ríos e Núcleo Sul, mantendo a projeção de produção em 50,3 milhões de toneladas.
Por fim, a colheita do milho grão atingiu 55,3% da área estimada, com rendimento médio nacional de 77,1 sacas/ha. Em Córdoba, o avanço foi expressivo nos plantios tardios, com produtividade de 79,9 sacas/ha — 21% acima da safra anterior. Apesar disso, a menor área cultivada limita o impacto sobre a produção total. Já no centro e oeste de Buenos Aires, os excessos hídricos persistem e atrasam a colheita. A estimativa nacional de produção permanece em 49 milhões de toneladas, queda de 5% frente à campanha anterior.