Frio e chuva atrasam colheita do café arábica no Brasil

O clima atípico para o período tem afetado os trabalhos nas principais regiões produtoras, especialmente no início da safra 2025/26. A umidade do solo dificulta o acesso das máquinas e trabalhadores aos cafezais, enquanto o frio retarda o processo de maturação dos grãos.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as condições climáticas adversas vêm impondo um ritmo mais lento à colheita, contrastando com o cenário do ano passado, quando o calor acelerava a maturação e favorecia o início antecipado dos trabalhos no campo. Apesar disso, não há relatos de comprometimento da qualidade dos grãos até o momento.

Os números do Cepea indicam que, no início de junho, a colheita no Sul de Minas Gerais – principal polo cafeeiro do país – estava próxima de 20% da produção estimada. No Noroeste do Paraná, os cafeicultores já haviam colhido entre 25% e 30% do volume projetado. Já nas regiões da Alta Mogiana, em São Paulo, e do Cerrado Mineiro, os índices são mais baixos, entre 7% e 10%.

A lentidão nos trabalhos causa preocupação entre produtores, que temem novos atrasos caso as condições climáticas permaneçam desfavoráveis. O momento exige planejamento e cautela para preservar a qualidade do café colhido e evitar perdas, principalmente em lavouras onde a maturação dos frutos ainda está incompleta.

Apesar do cenário desafiador, os cafeicultores seguem atentos à previsão do tempo e às orientações técnicas para conduzir a colheita de forma segura. A recomendação é priorizar os talhões com maior percentual de frutos maduros e adotar práticas para minimizar o impacto das chuvas sobre o solo e a planta.

A expectativa do setor é de que, com a chegada de um clima mais seco e temperaturas mais elevadas nas próximas semanas, o ritmo da colheita volte a acelerar. Até lá, o cenário exige paciência e estratégia por parte dos produtores, que acompanham de perto os desdobramentos da safra 2025/26.