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Estoques elevados mantêm pressão sobre cotações do milho

Brasil e China avançam em acordo para exportar sorgo


Foto: Pixabay

Segundo análise do Especialista da Grão Direto nesta segunda-feira (9), a atualização do relatório global de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para o dia 12, pode trazer ajustes. “Pode ser que haja leve alteração na produtividade do milho da safra 2025/26 nos Estados Unidos, por conta das instabilidades climáticas dos últimos dias, mas não deve prejudicar a expectativa de uma produção elevada e estoques confortáveis”, informou. Para Brasil e Argentina, não são previstas mudanças relevantes. Caso os números venham neutros, o movimento baixista poderá prevalecer.

Em relação à demanda, os Estados Unidos já embarcaram quase 20 milhões de toneladas desde o início da temporada. “Esse desempenho supera o volume registrado no mesmo período do ano passado e coloca o país entre os exportadores mais consistentes dos últimos anos”, destacou a análise.

A disputa por mercados estratégicos na Ásia e na Europa se intensifica com a competitividade norte-americana. Se confirmada a produção de 425 milhões de toneladas, o ritmo de embarques deve se manter. “O clima segue como principal fator de atenção: chuvas acima da média podem atrasar a colheita, enquanto períodos secos e estáveis aceleram as operações em campo”, apontou a análise.

Sobre as exportações brasileiras, em agosto foram embarcadas 6,85 milhões de toneladas, 13% a mais do que no mesmo mês de 2024. “No entanto, entre fevereiro e agosto de 2024, houve queda de 7% em relação ao ano anterior”, apontou o relatório. No curto prazo, a demanda interna de fábricas de ração e usinas de etanol sustenta as cotações. “Ainda assim, os gargalos logísticos e a concorrência do milho americano no mercado internacional limitam as exportações brasileiras”, avaliou a Grão Direto. Parte da produção tem sido retida por produtores à espera de melhores oportunidades. O alto custo de originação nas regiões centrais compromete a competitividade no cenário global.

Em relação ao sorgo, o Brasil avançou em acordo com a China para habilitar empresas brasileiras a exportar o produto. “Esse movimento deve começar já nesta safra que foi colhida”, observou a análise. A entrada nesse mercado pode diversificar as exportações e abrir novas oportunidades no médio e longo prazo. No curto prazo, o impacto é limitado, mas a médio prazo pode influenciar o plantio no Brasil, com produtores optando pelo sorgo em áreas mais secas e de menor produtividade. A demanda pelo milho brasileiro segue pressionada pela competitividade norte-americana. Com o fim da colheita, a influência da oferta tende a diminuir, mas os volumes estocados ainda devem manter pressão sobre as cotações.

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