Minas Gerias inicia vazio sanitário do algodão em setembro
IMA reforça regras do vazio sanitário do algodão

Entre 20 de setembro e 20 de novembro de 2025 estará em vigor, em Minas Gerais, o vazio sanitário do algodão, medida fitossanitária obrigatória para prevenir e reduzir a incidência do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) e proteger as lavouras da safra 2025/2026.
De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), nas propriedades irrigadas localizadas abaixo de 600 metros de altitude, o vazio sanitário deverá ser cumprido entre 30 de outubro e 30 de dezembro de 2025. A determinação estabelece que não pode haver plantas vivas de algodão em estágio reprodutivo durante o período de vigência da medida.
Segundo o órgão, “a permanência de soqueiras e plantas voluntárias aumenta o risco de manutenção e disseminação do bicudo”. Por isso, a eliminação dos restos culturais e soqueiras deve ser feita em até 15 dias após a colheita, sendo responsabilidade do produtor, proprietário, arrendatário ou ocupante da área. Áreas de pesquisa e de produção de sementes genéticas ficam desobrigadas apenas quando autorizadas, controladas e monitoradas pelo IMA.
Todas as áreas plantadas precisam ser cadastradas no Instituto com, no mínimo, um ponto georreferenciado, até 60 dias após o término do plantio. Os produtores devem renovar o cadastro a cada safra, por meio da Ficha de Inscrição da Unidade de Produção, entregue ao escritório local do IMA. Quem pretende plantar algodão durante o vazio sanitário da próxima safra pode solicitar autorização mediante apresentação de um Plano de Trabalho Simplificado, conforme prevê a Portaria IMA nº 1884, de 23 de novembro de 2018.
O engenheiro agrônomo da Associação, José Lusimar Eugênio, ressalta que práticas complementares ajudam a reduzir custos e manter a eficiência no controle da praga. “É necessário o monitoramento constante da praga no período da entressafra, com armadilhas e feromônios durante a safra, além do acompanhamento nos talhões a cada sete dias”, afirmou. Ele também recomenda a elaboração de planos de controle que alternem princípios ativos para evitar perda de eficácia e a aplicação de inseticidas nos horários indicados, entre 9h e 16h.
O especialista destaca ainda a importância das ações pós-colheita. “É fundamental a destruição imediata das soqueiras, a instalação de tubos mata-bicudo nas bordaduras, bem como a catação e eliminação de plantas tigueras e resíduos na propriedade”, explicou.
De acordo com o IMA, o vazio sanitário é estratégico para reduzir a pressão populacional do bicudo, diminuir os custos de produção e preservar a competitividade da cotonicultura mineira. A medida, segundo o órgão, “protege a renda dos produtores e a sustentabilidade da cadeia”.