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Etanol de trigo: inovação energética começa no Sul

Com investimento de R$ 100 milhões, o empreendimento deve gerar impactos



Com investimento de R$ 100 milhões, o empreendimento deve gerar impactos Com investimento de R$ 100 milhões, o empreendimento deve gerar impactos - Foto: Divulgação

Diante da busca crescente por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, o etanol de trigo surge como uma solução inovadora no cenário brasileiro. Tradicionalmente produzido a partir da cana-de-açúcar, o etanol encontra obstáculos em regiões com clima menos favorável ao cultivo dessa planta. Nesse contexto, o trigo desponta como alternativa viável, especialmente no Sul do país, ao permitir o aproveitamento de resíduos e subprodutos do grão, muitas vezes descartados após o processamento para alimentos.

A primeira usina brasileira dedicada à produção de etanol de trigo está prestes a iniciar suas operações em Santiago, no Rio Grande do Sul. Com investimento de R$ 100 milhões, o empreendimento deve gerar impactos econômicos relevantes na região, com a criação de aproximadamente 120 empregos diretos e indiretos, além de impulsionar a economia local por meio da agregação de valor à cadeia produtiva do trigo.

A implantação da usina envolveu um processo de pesquisa e desenvolvimento que durou três anos e meio, com análise de mais de 150 variedades de trigo cultivadas no estado. O uso de biotecnologia é um diferencial do projeto, com aplicação de enzimas que reduzem a viscosidade do grão e leveduras adaptadas que aumentam a eficiência da fermentação e o rendimento industrial do etanol.

Com capacidade anual estimada em 34 milhões de litros de etanol hidratado, o uso de tecnologias avançadas pode elevar a produção em até 1,5 milhão de litros, contribuindo para diversificar a matriz energética renovável brasileira e promover um modelo de economia circular no campo.

"As enzimas contribuem para a redução da viscosidade do trigo, que poderia comprometer a qualidade e a eficiência da matéria-prima na produção de etanol", explica Mario Cacho, diretor de vendas da IFF. “As leveduras, por sua vez, garantem a flexibilidade do processo, permitindo o uso eficiente de diferentes tipos de trigo provenientes de diversas produções. Essa adaptabilidade é o que permite um dos diferenciais mais notáveis da aplicação das leveduras, que é o aumento do rendimento industrial do trigo no etanol em até 4,5%”, completa ele.
 

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