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Queda no crédito reduz área de trigo

Chuvas interrompem plantio de trigo no Rio Grande do Sul



Foto: Canva

A ampliação das regiões aptas ao cultivo do trigo no Rio Grande do Sul, autorizada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) a partir de 21 de maio, impulsionou a semeadura no estado, conforme informou a Emater/RS-Ascar em boletim divulgado nesta quinta-feira (29). A medida resultou no aumento do número de propriedades envolvidas e na intensificação das atividades de plantio até o dia 24, quando as chuvas interromperam temporariamente os trabalhos no campo.

Segundo o boletim, os produtores devem retomar a semeadura assim que as condições de umidade do solo permitirem a operação mecanizada. Antes da paralisação, houve maior movimentação na dessecação das áreas destinadas à cultura, com aplicação de herbicidas sistêmicos voltados ao controle de plantas daninhas e resíduos da safra anterior. As lavouras já implantadas estão em fase de emergência, com germinação e vigor inicial considerados adequados.

Apesar do avanço inicial, a definição da área total a ser cultivada segue incerta. De acordo com a Emater, fatores como os prejuízos registrados na última safra de soja e a consequente descapitalização dos produtores têm influenciado na decisão sobre o plantio. “Os custos de financiamento e do seguro agrícola seguem elevados, o que limita o acesso ao crédito”, informou a entidade.

Dados do Banco Central apontam uma redução nas operações de custeio da cultura. Em maio de 2024, foram financiados cerca de 770 mil hectares. Já em 2025, esse número caiu para aproximadamente 380 mil hectares, uma retração de 50%. Embora novas contratações ainda possam ocorrer, a Emater considera o volume atual representativo, uma vez que, no ano passado, cerca de 90% das operações já estavam efetivadas até o fim de maio.

Diante da restrição ao crédito, parte dos produtores deve recorrer à utilização de sementes salvas, combinadas com redução no uso de fertilizantes, especialmente NPK e fontes nitrogenadas. Essa estratégia, segundo a Emater, pode comprometer o desempenho das lavouras. “A adoção de insumos menos tecnológicos tende a impactar negativamente o potencial produtivo”, alertou o órgão técnico.

Na safra de 2024, o Rio Grande do Sul cultivou 1.331.013 hectares de trigo, com produtividade média de 2.781 kg/ha, conforme dados do IBGE. A Emater/RS-Ascar está finalizando o levantamento de intenção de plantio e as estimativas de produtividade para a safra 2025, que devem ser divulgados nas próximas semanas.

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