Milho: Hora de vender ou armazenar?
Entre os fatores de alta, destaca-se a possibilidade de redução na área dos EUA

De acordo com a TF Agroeconômica, a recomendação para os produtores de milho segue clara: vender agora o suficiente para pagar as contas de julho, antes que os preços recuem ainda mais. Quem não seguiu a orientação na semana passada já acumula uma perda de quase R$ 9 por saca. A consultoria destaca que, como é típico no segundo semestre, a tendência é de recuperação dos preços à medida que o milho vai sendo consumido por exportações, indústrias de carnes e etanol. No entanto, reforça que estocar só vale a pena se o mercado remunerar acima dos custos de carregamento, que já foram detalhados.
Entre os fatores de alta, destaca-se a possibilidade de redução na área plantada nos EUA devido a inundações e custos elevados, além do excesso de umidade na Argentina, que pode atrasar a colheita e afetar a qualidade do grão. As exportações americanas seguem firmes, com embarques semanais superando 1,71 milhão de toneladas, enquanto a indústria de etanol aumentou sua produção e reduziu os estoques. Além disso, há expectativa positiva com as negociações comerciais dos EUA com o Japão, mercado estratégico para o milho americano.
No campo dos fatores de baixa, pesa o ritmo acelerado do plantio nos EUA, que já alcança 78% da área, além do avanço da colheita da safrinha no Brasil, com estimativas que chegam a 112,9 milhões de toneladas, segundo a Agroconsult. Soma-se a isso a ameaça de tarifas de até 50% dos EUA sobre produtos europeus, o que pode gerar retaliações e afetar o comércio. No Brasil, a proximidade da colheita e a queda na demanda causada pela gripe aviária no Sul aumentam a pressão sobre os preços.