Trigo em ritmo lento no Brasil
No mercado interno gaúcho, os preços variam

O mercado de trigo no Sul do Brasil mantém ritmo lento, apesar das boas perspectivas para a safra. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, 90 mil toneladas da nova colheita já foram negociadas, 60 mil para exportação e 30 mil destinadas aos moinhos. Até o momento, não há registro de perdas por geadas e a qualidade das lavouras é considerada excelente em 95% das áreas. O frio entre o fim de julho e início de agosto favoreceu o perfilhamento, elevando o potencial produtivo acima do observado em 2024, com expectativa de colher 3 milhões de toneladas.
No mercado interno gaúcho, os preços variam conforme qualidade e localização. Trigos capazes de reduzir a dependência do argentino podem chegar a R$ 1.350,00 no interior, mas na maioria das vezes as indicações giram em torno de R$ 1.350,00 posto moinho nas regiões de Porto Alegre, Canoas e Serra, R$ 1.320,00 no centro do estado e R$ 1.280,00 para negócios pontuais. As exportações para dezembro caíram para R$ 1.250,00, com possibilidade de deságio de 20% para trigo de ração.
Em Santa Catarina, a safra nova segue sem negociações conhecidas, e há excesso de oferta de trigo gaúcho impedindo valorização. Os preços pagos aos produtores recuaram ou permaneceram estáveis, variando de R$ 72,00 a R$ 79,00 por saca, dependendo da região. A Conab estima queda de 6,3% na produção estadual, mesmo com aumento de área, devido à redução de produtividade.
No Paraná, o mercado spot também está travado, com preços recuando para R$ 1.400,00 CIF e o futuro em R$ 1.300,00 CIF moinho. O trigo paraguaio foi negociado pontualmente a R$ 1.440,00 nos moinhos do norte. Os preços pagos aos agricultores tiveram leve alta semanal para R$ 76,04/saca, mantendo margem de lucro média em 4,32%, mas bem abaixo dos 32,1% que o mercado futuro já ofereceu anteriormente.