Crise no agro? Só sobrevive quem planeja!
Administrar as finanças vai muito além de controlar contas

O agronegócio brasileiro enfrenta um ambiente econômico adverso, marcado por dificuldades no acesso ao crédito, aumento da inadimplência, instabilidade climática e uma taxa Selic ainda elevada, sem perspectiva de queda no curto ou médio prazo. A avaliação é de Thiago Afonso, Gerente de Controladoria e Finanças na Biota, que alerta para a necessidade de transformar a gestão financeira em uma ferramenta estratégica para garantir a sustentabilidade dos negócios rurais.
Nesse contexto, administrar as finanças vai muito além de controlar contas a pagar e a receber. Segundo Afonso, é fundamental que produtores e empresas do setor tenham visibilidade sobre os custos e margens reais por cultura, avaliem corretamente o custo do capital antes de contrair dívidas, e planejem o fluxo de caixa com base em cenários conservadores, especialmente em atividades de ciclos longos, como é típico no agro.
Outros pontos-chave incluem o uso de dados concretos para negociar com fornecedores e clientes e a adoção de uma governança financeira rigorosa, evitando decisões impulsivas. Para ele, essas práticas não apenas fortalecem a operação frente às dificuldades, mas também posicionam melhor o produtor diante de possíveis oportunidades.
Em tempos de incerteza, quem aposta em planejamento e gestão baseada em números sai na frente. A capacidade de resistir às adversidades e enxergar possibilidades onde muitos só veem riscos pode ser o diferencial para o sucesso no campo. “Em tempos de incerteza, quem tem planejamento financeiro sai na frente. Não apenas para resistir à tempestade, mas para enxergar oportunidades onde muitos veem apenas crise. Como você tem tratada a gestão financeira do seu negócio e como tem visto o cenário econômico do seu setor?”, finaliza.