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Café e cana enfrentam clima adverso e risco de perdas

Produtividade pode ficar comprometida



Foto: Pixabay

As recentes ocorrências de geadas e o aumento na frequência de eventos climáticos extremos têm acendido o alerta no setor agropecuário brasileiro. Culturas sensíveis ao frio, como o café arábica e a cana-de-açúcar, estão entre as mais afetadas por quedas bruscas de temperatura, com prejuízos que impactam diretamente a produtividade e a qualidade industrial das lavouras.

De acordo com informações divulgadas pela StoneX, empresa global de serviços financeiros com forte atuação em inteligência de mercado agro, os impactos das baixas temperaturas dependem de uma combinação de fatores, como a posição geográfica da lavoura, a topografia local e a umidade da superfície. Além disso, fenômenos climáticos globais, como El Niño, La Niña e a Oscilação Antártica, têm desempenhado papel decisivo na configuração do clima no Brasil.

No caso da cana-de-açúcar, temperaturas abaixo de 5 °C já provocam estresse térmico e perdas na qualidade da matéria-prima. Quando os termômetros se aproximam de 0 °C, o cenário é ainda mais grave: ocorre a queima das folhas, morte de gemas e paralisação do crescimento, exigindo colheita imediata — muitas vezes antes do ponto ideal de maturação, o que compromete severamente o rendimento da safra. O risco é mais acentuado em regiões do noroeste do Paraná, sul de São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, onde há mais de 90% de probabilidade de ocorrência anual de frio intenso.

No setor cafeeiro, os danos também são expressivos. O café arábica, especialmente cultivado em áreas de altitude no sul de Minas Gerais, é altamente vulnerável às baixas temperaturas. Geadas podem provocar desde a interrupção da fotossíntese até o abortamento floral. Em 2022, por exemplo, a produção ficou 20% abaixo do previsto — foram colhidas apenas 39,8 milhões de sacas frente à expectativa de 50 milhões, segundo a StoneX.

Estudos climáticos da empresa, com base em dados de 1970 a 2024, indicam que regiões tradicionais produtoras de café e cana têm alta frequência de dias com temperaturas mínimas abaixo de 5 °C. Isso reforça a necessidade de estratégias preventivas para minimizar os efeitos do frio nas lavouras, incluindo a escolha de variedades mais resistentes e a adoção de práticas de manejo voltadas à mitigação dos impactos climáticos.

Especialistas da StoneX alertam que, embora os efeitos do frio muitas vezes não sejam imediatamente visíveis, o estresse térmico reduz a eficiência das plantas, atrasa o desenvolvimento e limita a produtividade final.

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