Milho recua em Chicago com produção recorde e exportações dos EUA em alta
O mercado internacional de milho encerrou julho sob forte pressão

O mercado internacional de milho encerrou julho sob forte pressão de baixa. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o bushel caiu para US$ 3,94 no dia 31, contra US$ 4,01 uma semana antes. Esse é o menor valor desde setembro de 2024 para o primeiro vencimento do contrato.
Segundo análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a queda é reflexo de uma combinação de fatores. De um lado, o clima segue favorável nos EUA, com 73% das lavouras em boas ou excelentes condições no fim de julho. De outro, os embarques do país surpreenderam positivamente: 1,5 milhão de toneladas foram exportadas na semana, acumulando 60,3 milhões no ano — 29% acima de 2024.
A perspectiva de colheita farta nos EUA se soma a uma supersafra brasileira. A produção total de milho no Brasil pode chegar a 150 milhões de toneladas, com a segunda safra representando 123,3 milhões — um recorde histórico. O CEEMA já batizou esse ciclo de "mãe de todas as safrinhas", com expectativa de crescimento de quase 20% em relação ao ano anterior.
No Brasil, os preços seguem pressionados para baixo, impactados pelo avanço da colheita e pelo ritmo lento das exportações. Apesar de parte dos produtores estarem segurando o milho, a necessidade de quitar contratos de custeio entre agosto e setembro tende a aumentar a oferta, intensificando a pressão nos preços.
Mesmo com atraso na colheita — que atinge 66,1% da área nacional segundo a Conab —, os volumes colhidos sustentam a perspectiva de uma oferta robusta. Esse cenário, segundo o CEEMA, deve manter os preços baixos até o final de 2025, caso as condições climáticas para a próxima safra também sejam favoráveis.