Mercado de trigo mantém preços estáveis
Em Santa Catarina, o mercado ainda não registrou negócios de safra nova

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue lento, com preços levemente menores à medida que a safra se aproxima, segundo a TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, as negociações ainda enfrentam baixa movimentação devido a moinhos longos e pouca disponibilidade do cereal. Indicações de compradores estão na casa de R$ 1.250,00 para o interior, enquanto vendedores pedem R$ 1.300,00 para retirada em setembro e pagamento em outubro.
Há trigo branquedor em Lagoa Vermelha cotado a R$ 1.650 FOB. A expectativa é que os estoques da safra velha se encerrem em setembro e o estoque de passagem fique totalmente nas mãos dos moinhos. Até o momento, cerca de 90 mil toneladas da safra nova teriam sido negociadas, sendo 60 mil para exportação e 30 mil para moinhos.
Em Santa Catarina, o mercado ainda não registrou negócios de safra nova. Pequenos lotes pontuais têm sido negociados, sem relevância expressiva, e os preços pagos aos produtores variam entre R$ 72,00 e R$ 78,00 por saca, dependendo da localidade. A oferta de trigo gaúcho permanece alta, mantendo os preços estáveis entre R$ 1.300 e R$ 1.330 FOB, mais frete e ICMS. O trigo importado, especialmente em Paranaguá, apresenta-se mais competitivo que o nacional.
No Paraná, o mercado spot segue travado. O trigo local recuou levemente para R$ 1.400 CIF e o futuro para R$ 1.300 CIF nos moinhos. Negócios esporádicos de trigo paraguaio chegaram a R$ 1.440 CIF no norte do estado. Trigo importado do Paraguai e da Argentina está sendo cotado entre R$ 1.312,80 e R$ 1.395,00 CIF, dependendo da região. Para safra 2024, o preço do trigo argentino alcança US$ 276–278/t; para 2025, US$ 265–267/t.
A média dos preços pagos aos produtores paranaenses recuou 0,57% na semana, para R$ 75,44/saca, enquanto o custo de produção atualizado em maio pelo Deral ficou em R$ 72,89. Com isso, o lucro médio do triticultor caiu de 4,09% para 3,5%. No entanto, o mercado futuro já ofereceu oportunidades de lucro de até 32,1%. Quanto mais próximo da colheita, menor a liquidez, o preço e, consequentemente, o lucro.