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Depois do pico histórico, arroz enfrenta novo ciclo

A reversão começou com a colheita abundante no Rio Grande do Sul



A reversão começou com a colheita abundante no Rio Grande do Sul A reversão começou com a colheita abundante no Rio Grande do Sul - Foto: coniferconifer

Entre junho de 2023 e janeiro de 2024, o mercado do arroz no Brasil viveu um período histórico, com cotações recordes que chegaram a R\$ 127,24 por saca, segundo o Indicador CEPEA/IRGA-RS. De acordo com Sérgio Cardoso, diretor de operações na Itaobi Representações, esse foi um momento de oportunidade para produtores e empresas que souberam negociar e travar preços no tempo certo. No entanto, desde então, o cenário mudou completamente, e o setor enfrenta agora uma trajetória de queda que exige atenção e preparo.

A reversão começou com a colheita abundante no Rio Grande do Sul e em outros países do Mercosul, o que aumentou a oferta regional e pressionou os preços. Soma-se a isso o desempenho mais tímido das exportações brasileiras, que enfrentam forte concorrência dos países vizinhos. A entrada de arroz proveniente de compromissos vencidos, arrendamentos e cotas de colaboradores também ampliou a oferta interna. Enquanto isso, a demanda não acompanha esse crescimento, mesmo com preços mais acessíveis ao consumidor final.

Em maio de 2025, o arroz em casca já é negociado abaixo dos R\$ 80,00 por saca, retornando aos patamares do ciclo anterior à alta de 2023. A sensação no setor, conforme destaca Cardoso, é de que "os bons tempos passaram". A nova realidade impõe desafios significativos em um contexto de custos de produção ainda elevados, iminência da reforma tributária e consumo interno pressionado por fatores como inflação, aumento dos alimentos ultraprocessados e queda no poder de compra das famílias.

“É hora de planejar com os pés no chão. Quem projetar cenários, buscar eficiência, integrar mercados e inovar na comunicação com o consumidor, pode até não viver um novo “pico de R$ 127”, mas estará mais preparado para atravessar o vale que já começou”, conclui.
 

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