Soja: exportações batem recorde mesmo com queda interna
Valorização do óleo de soja no mercado internacional deu suporte aos preços

As exportações brasileiras de soja seguem firmes, mesmo com a queda de preços no mercado doméstico. Em maio, o Brasil embarcou 14,1 milhões de toneladas, um recuo de 8% ante abril, mas ainda assim 5% superior ao mesmo mês de 2024.
Segundo informações divulgadas pelo relatório AgroMensal do Itaú BBA, a valorização do óleo de soja no mercado internacional deu suporte aos preços em Chicago, que apresentaram alta de 0,5% na primeira quinzena de junho, fechando a USD 10,51/bu. O cenário é reflexo da nova diretriz americana para os biocombustíveis, que deve elevar a demanda por óleo de soja nos EUA, impulsionando o esmagamento e sustentando os preços do grão no médio prazo.
No Brasil, no entanto, os preços recuaram em maio, com queda de 1,4% em Paranaguá, para R$ 133/sc, reflexo da valorização do real e da redução dos prêmios. Em junho, houve leve recuperação, com preços subindo para R$ 134/sc. Apesar da queda, o acumulado de exportações nos primeiros cinco meses do ano soma 51,5 milhões de toneladas — um recorde histórico para o período. Isso mostra que, mesmo com oscilações nos preços, a demanda externa segue aquecida.
As condições climáticas nos EUA também seguem no radar. Segundo o USDA, a produtividade esperada é otimista, mas abaixo da média do ano anterior, o que pode influenciar diretamente as cotações internacionais da soja.
Enquanto isso, o mercado brasileiro deve continuar acompanhando o movimento do câmbio, os prêmios nos portos e os desdobramentos da política americana para os biocombustíveis.