Mercado da soja reage a acordo China-EUA e Brasil pode bater novo recorde de exportações
Mercado internacional da soja viveu uma semana de forte volatilidade

O mercado internacional da soja viveu uma semana de forte volatilidade, impulsionado por fatores geopolíticos, avanço do plantio nos Estados Unidos e expectativas otimistas para as exportações brasileiras. Em Chicago, os contratos futuros da soja fecharam em leve alta, com o vencimento de maio/25 cotado a US$ 10,51 por bushel, e o de março/26 a US$ 10,56 por bushel.
De acordo com a análise de mercado da Grão Direto, o comunicado entre China e Estados Unidos reacendeu o apetite global por soja norte-americana, influenciando diretamente o comportamento dos preços. Ao mesmo tempo, discussões sobre mudanças na política de biocombustíveis dos EUA e o avanço acelerado do plantio por lá pressionaram negativamente as cotações.
No Brasil, o destaque fica para o desempenho das exportações. Entre janeiro e abril, o país embarcou 37,4 milhões de toneladas de soja — um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A guerra comercial entre as duas potências globais tem favorecido os produtores brasileiros, que conquistaram maior fatia do mercado chinês. Apenas em abril, o Brasil exportou 15,3 milhões de toneladas, e as projeções para maio indicam novo recorde, com até 16,5 milhões de toneladas embarcadas.
Apesar do ritmo acelerado da semeadura nos EUA, que já atinge 48% da área prevista e supera a média histórica, cerca de 23% das lavouras ainda enfrentam seca. O clima continuará sendo fator decisivo para a próxima movimentação dos preços, principalmente se houver impacto negativo sobre a produtividade.
O câmbio também permanece no radar. O dólar tem mostrado instabilidade, mas pode romper o patamar de R$ 5,60, o que pressionaria ainda mais os preços da soja brasileira. A combinação entre cenário externo incerto e demanda aquecida segue sustentando os preços no curto prazo.