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Crise fiscal segue sem solução: alerta de economista no Campo das Ideias

Sem reformas à vista, Brasil continuará postergando crise fiscal em 2026


Foto: Divulgação

Durante o Seminário Campo das Ideias, realizado em Porto Alegre, o economista Marcelo Portugal (UFRGS) afirmou que o Brasil não enfrentará seus problemas estruturais em 2026. Para ele, o desequilíbrio fiscal seguirá como principal desafio para o próximo governo.

No painel “Economia do Brasil e o seu Negócio”, Marcelo Savino Portugal, professor da UFRGS e ex-diretor do Banco Central, apresentou um panorama crítico da situação fiscal do país. “2026 será um ano em que vamos simplesmente empurrar os problemas para frente. Ninguém vai tratar de questões estruturais da economia brasileira. O problema fiscal não será resolvido e ficará para o próximo governo”, afirmou.

Portugal dividiu sua apresentação em três grandes eixos: a deterioração das contas públicas, o histórico da inflação no Brasil e a estabilização do câmbio. Ele lembrou que, nos anos 1990, o país enfrentava três grandes entraves econômicos: hiperinflação, instabilidade cambial e desequilíbrio fiscal.

“O problema da inflação foi resolvido com o Plano Real, após várias tentativas fracassadas. Aprendemos que não funcionava congelar preços, e sim atuar com câmbio fixo, ajuste fiscal e juros altos”, explicou. Segundo ele, o sistema de metas de inflação e a autonomia do Banco Central consolidaram a credibilidade do controle inflacionário.

No caso do câmbio, o economista destacou a mudança de patamar iniciada em 1999 com a adoção do câmbio flutuante, consolidada nos anos 2000 com o acúmulo de reservas internacionais. “Hoje vivemos um ambiente de liberdade cambial, onde qualquer pessoa pode movimentar capital internacional sem grandes entraves. É um cenário oposto ao dos anos 1980 e 90, marcados por crises recorrentes”, completou.

No entanto, para Portugal, o problema fiscal persiste como “o principal problema não resolvido” do país. “Diferentemente da inflação e do câmbio, o desequilíbrio nas contas públicas não foi enfrentado com a mesma eficácia. Seguimos gastando mais do que arrecadamos”, criticou.

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