Fósforo no manejo de pastagens: estratégias

De acordo com Lidiane Fonseca de Oliveira Serra, Especialista Zootécnica na OCP Brasil, o manejo correto do Fósforo (P) é fundamental para garantir a produtividade das pastagens e o desempenho dos animais. Esse nutriente é essencial para o desenvolvimento das gramíneas, especialmente no enraizamento inicial. Sua deficiência abre caminho para a degradação do pasto, queda na taxa de lotação e redução na performance animal.

O principal aporte de fósforo no solo ocorre via fertilizantes fosfatados. No entanto, uma vez solubilizados, os ânions fosfato podem se ligar a óxidos de alumínio e ferro, tornando-se indisponíveis para as plantas. A matéria orgânica do solo exerce um papel chave como reservatório de P, sendo os microrganismos responsáveis pela transformação desse nutriente em formas assimiláveis. Além disso, os dejetos dos animais representam uma fonte importante de fósforo orgânico, capaz de devolver até 81% do P ingerido de volta ao sistema.

Em sistemas de pastejo ultradenso, a concentração de dejetos pode ser significativa. Um exemplo citado por Lidiane mostra que, com 400 animais de 280 kg, durante 210 dias de inverno, é possível gerar mais de 8 mil toneladas de esterco, resultando em cerca de 57 pontos de fósforo orgânico. A distribuição estratégica de bebedouros e comedouros favorece a deposição uniforme desses nutrientes no solo.

“A Modalidade de pastejo ultradenso, com intuito de maior incremento de nutrientes no sistema através dos dejetos tem sido testada em algumas regiões do Brasil. Até o momento, observa-se que o N e K são possíveis de serem suplementados neste formato, mas o P ainda requer a aplicação mineral pela baixa concentração que retorna ao sistema e altas percentagens que ficam adsorvidas no solo. Entretanto, este método ainda é um parâmetro de difícil mensuração, sendo necessário maiores pesquisas a nível científico”, conclui.