Fretes marítimos para grãos caem no 1º trimestre
Atualmente, os valores seguem moderados

De acordo com o mais recente Relatório de Transporte de Grãos (GTR) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as taxas de frete marítimo para o transporte de grãos a granel apresentaram uma queda sazonal do quarto para o primeiro trimestre de 2025. Entretanto, o cenário futuro permanece incerto devido a possíveis restrições e tarifas sobre embarcações construídas na China, o que pode alterar significativamente a dinâmica do setor.
Atualmente, os valores seguem moderados, refletindo a fraca demanda global por produtos estrangeiros. Segundo o GTR, a capacidade global de navios graneleiros sólidos cresceu 14% em relação a dezembro de 2020, atingindo 1.041 toneladas de porte bruto (TPB). Esse aumento na disponibilidade de embarcações é um dos fatores que tradicionalmente pressiona os preços para baixo. “Normalmente, as tarifas de frete marítimo caem quando a capacidade dos navios é ampla”, destaca o relatório.
Contudo, o USDA aponta que fatores pontuais podem exercer pressão altista sobre as tarifas no segundo trimestre. Entre eles, está a expectativa de aumento no consumo e na demanda por carvão na Índia, bem como o início da temporada de grandes exportações de soja do Brasil para a China. A demanda chinesa por produtos manufaturados também pode impulsionar a necessidade de minério de ferro, elevando a concorrência por navios e, consequentemente, os custos de frete.
Na semana encerrada em 1º de maio, a taxa de frete para transportar uma tonelada de grãos do Golfo dos EUA para o Japão foi de US\$ 46,25 — um aumento de 1% em relação à primeira taxa do ano, mas 25% inferior à do mesmo período de 2024. Do Noroeste do Pacífico (PNW) ao Japão, o valor chegou a US\$ 27,25 por tonelada, 3% acima do início do ano e 18% abaixo do registrado há um ano.