Falta de mão de obra afeta colheita de erva-mate
Produtores reduzem plantio de erva-mate

A colheita de erva-mate segue em ritmo variável nas diferentes regiões produtoras do Rio Grande do Sul, conforme aponta o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (22) pela Emater/RS-Ascar. O levantamento mostra que, apesar do avanço das atividades no campo, os preços pagos ao produtor e a dificuldade na contratação de mão de obra têm impactado o setor.
Na região administrativa de Erechim, onde a área cultivada com erva-mate é de 7 mil hectares, alguns produtores têm optado por remover os ervais. A justificativa, segundo a Emater, está nos preços considerados pouco atrativos e na escassez de trabalhadores para a colheita. A abertura oficial da colheita estadual está marcada para 28 de maio, no município de Viadutos.
Em Soledade, o período é de maior volume de folhas maduras, o que favorece a qualidade do produto destinado ao chimarrão. Além da colheita, produtores realizam tratos culturais, como roçadas e o plantio de espécies para cobertura de solo durante o inverno. A expectativa, no entanto, é de redução nas novas plantações ao longo do ano, devido ao cenário comercial desfavorável. Os preços na região de Itapuca e Mato Leitão variam entre R$ 14,00 e R$ 16,00 por arroba.
Na regional de Passo Fundo, o ritmo da colheita é considerado normal para esta época. Os valores praticados no Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho giram entre R$ 17,00 e R$ 18,00 por arroba. Em Machadinho, a erva-mate comum é negociada a R$ 18,00 e a variedade Cambona 4, a R$ 19,00. Já em Mato Castelhano, o produto destinado à industrialização pelo sistema barbaquá chega a R$ 20,00 por arroba.
A Associação dos Produtores de Erva-Mate de Machadinho (Apromate) iniciou o processo de organização setorial da cadeia produtiva local. Segundo a Emater, os ajustes ocorrem após o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) da erva-mate da “Região de Machadinho”.
Na região de Lajeado, o avanço da cultura está mais lento devido ao outono. A brotação prossegue, mas em menor intensidade, o que limita a estocagem da matéria-prima. O mês de junho é apontado como mais adequado para essa prática. Os preços seguem estáveis: a erva-mate convencional é vendida entre R$ 15,00 e R$ 19,00 por arroba; a nativa a R$ 20,00; a nativa sombreada, a R$ 21,00; e a orgânica, a R$ 22,00. Segundo a Emater, a baixa remuneração e as dificuldades de venda têm desestimulado investimentos na cultura. A contratação de mão de obra também segue como obstáculo.
O polo Alto Taquari concentra cerca de 20 mil hectares cultivados e vem buscando o reconhecimento de Indicação Geográfica. As análises químicas necessárias para o processo foram finalizadas recentemente. A região conta atualmente com 72 indústrias ligadas à cadeia produtiva, responsáveis por uma expressiva geração de empregos.