Agricultores protestam por securitização de dívidas após enchentes e estiagens no RS
Rio Grande do Sul amanheceu com uma grande mobilização

O Rio Grande do Sul amanheceu com uma grande mobilização do setor primário nesta sexta-feira (30). Em pelo menos 43 pontos de rodovias estaduais e federais, agricultores e caminhoneiros protestam de forma pacífica para cobrar ações efetivas do governo e do Congresso diante das perdas econômicas causadas por eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas e as recentes enchentes que devastaram lavouras e propriedades rurais.
No centro das reivindicações está a aprovação do Projeto de Lei 320/25, de autoria do senador Luiz Carlos Heinze, que propõe a securitização das dívidas rurais — ou seja, a conversão dos débitos em títulos do Tesouro Nacional. Os produtores pedem um prazo de 20 anos para quitar os valores, considerando que muitos não conseguiram produzir nem arcar com os financiamentos anteriores devido às perdas climáticas.
Há manifestações em Ilópolis (ERS-332), Venâncio Aires (RSC-287), Júlio de Castilhos (BR-158), Vera Cruz, Candelária, Novos Cabrais, Santa Maria, São Gabriel, Vila Nova do Sul e Alegrete, entre outros. Na BR-290, por exemplo, há bloqueios parciais e totais em diferentes trechos. Em Júlio de Castilhos, cerca de 200 pessoas participam da mobilização com sistema de pare e siga a cada 10 minutos.
A mobilização também ganha força pelo engajamento de caminhoneiros, em apoio às demandas do setor agropecuário. O movimento reforça o impacto direto das últimas safras frustradas e as dificuldades de acesso ao crédito rural, especialmente em municípios que tiveram situação de emergência ou calamidade pública decretadas.
Com previsão de término para as 18h, os protestos desta sexta-feira chamam a atenção para a urgência de políticas públicas que permitam a sobrevivência econômica do campo e a retomada da produção agrícola no estado. Os produtores seguem firmes na defesa de um futuro mais justo e sustentável para a agricultura gaúcha.