Gripe aviária: exportações de milho seguem firmes após embargo

Mesmo após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial de postura em Montenegro (RS), o mercado projeta impacto limitado sobre os preços. A avaliação é da análise de especialistas da plataforma Grão Direto, divulgada nesta segunda-feira (26).

Segundo o levantamento, a reação dos principais importadores – entre eles Arábia Saudita, México, Japão e China – tem sido focada. “Os embargos se restringiram à localidade afetada, e não ao território nacional”, informou a análise, indicando que não há expectativa de reflexos sobre as exportações brasileiras de carne de frango ou sobre os preços do milho.

As medidas sanitárias foram aplicadas rapidamente, o que, segundo a Grão Direto, contribui para a expectativa de que o mercado se normalize em até 30 dias. A avaliação é de que, apesar de o Brasil ter sido o último grande exportador a registrar um caso da doença em granja comercial, a demanda global por proteína de frango permanece firme, sustentando a procura por ração e, consequentemente, por milho.

Paralelamente, o avanço da colheita da segunda safra de milho em regiões do Centro-Oeste já começa a influenciar o comportamento dos preços. Com expectativa de produção acima de 100 milhões de toneladas, o mercado projeta pressão negativa sobre as cotações nos próximos três meses.

A análise da Grão Direto aponta que os produtores realizaram um volume de vendas antecipadas, aproveitando os preços mais altos registrados no início do ciclo. Esse movimento ajudou a garantir uma média de preços mais favorável, apesar da pressão prevista para o curto prazo.

“A colheita volumosa deve ser o principal fator a ditar o rumo do mercado, com tendência de queda nas cotações”, diz a análise. No entanto, a demanda continua aquecida, impulsionada pela pecuária com margens positivas e pelo aumento da produção de etanol a partir do milho. Esses fatores devem contribuir para limitar a intensidade das quedas esperadas.