Cuidado para não comprometer sua soja
A recomendação é olhar para contratos futuros
A recomendação para quem acredita na continuidade da alta é considerar a compra de contratos futuros - Foto: Pixabay
As informações da TF Agroeconômica indicam que o mercado de soja vive um momento de atenção redobrada, impulsionado pela abertura de um novo canal de tendência de alta. A consultoria alerta que, apesar do cenário positivo, as turbulências geradas pela escalada tarifária entre Estados Unidos e China podem alterar tanto as cotações quanto os prêmios no mercado internacional.
Diante desse quadro, a recomendação para quem acredita na continuidade da alta é considerar a compra de contratos futuros para maio de 2026 na B3, como forma de aproveitar os preços, sem necessariamente se comprometer com vendas físicas que podem ser afetadas por problemas climáticos ou de produção.
Entre os fatores de alta, a TF destaca que o crescimento nas exportações brasileiras reacendeu uma disputa entre as indústrias, que precisam garantir matéria-prima para a produção de biodiesel, e os exportadores, que buscam aproveitar as boas oportunidades no mercado externo. Esse movimento está ajudando a sustentar os preços internos, especialmente após o aumento dos volumes exportados em maio.
Por outro lado, os fatores de baixa se concentram na instabilidade do comércio global, agravada pela recente escalada de tarifas. A decisão da Casa Branca, seguida de idas e vindas judiciais e declarações polêmicas do ex-presidente Donald Trump, acirrou o clima de incerteza. Trump acusou a China de violar acordos comerciais, o que levou a uma retomada das tarifas e impactou diretamente o humor dos mercados. Além disso, há frustração no setor de biodiesel, com a queda nos preços do óleo de soja refletindo a falta de incentivos e incertezas sobre a extensão de benefícios fiscais nos EUA.
Somando-se a isso, o relatório semanal do USDA trouxe dados negativos para as exportações americanas de soja. As vendas da safra 2024/25 caíram 53% em relação à semana anterior, totalizando apenas 146 mil toneladas, abaixo das expectativas do mercado. Para a safra 2025/26, as vendas somaram 32,8 mil toneladas, também decepcionando os traders. Esses fatores contribuem para um cenário volátil, exigindo cautela e atenção redobrada dos agentes do mercado.
