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Mercado de açúcar oscila com petróleo e atraso na safra

A moagem de cana no Centro-Sul em abril foi impactada pelas chuvas acima da média



O balanço global de açúcar aponta para um déficit de 4,9 milhões de toneladas na safra 2024/25 O balanço global de açúcar aponta para um déficit de 4,9 milhões de toneladas na safra 2024/25 - Foto: Pixabay

Segundo análise do Itaú BBA, divulgada neste mês, o cenário macroeconômico tem sido o principal motor das recentes oscilações nos preços do açúcar no mercado internacional. A forte correlação com o petróleo explica boa parte desse movimento. Em abril, o barril WTI recuou 19%, enquanto nos primeiros 15 dias de maio subiu 8%. De forma semelhante, o contrato de açúcar bruto na bolsa de Nova York (NY nº11) caiu 7% em abril e depois recuperou 3%. Apesar de um início mais lento da safra no Centro-Sul do Brasil, esse fator ainda exerce influência limitada sobre os preços.

A moagem de cana no Centro-Sul em abril foi impactada pelas chuvas acima da média, atingindo 34,2 milhões de toneladas, bem abaixo das 51,1 milhões do mesmo mês em 2024, segundo dados da UNICA. A produção de açúcar também recuou 38%, totalizando 1,58 milhão de toneladas. Embora o atraso possa ser compensado nos meses seguintes, relatos de produtividade agrícola abaixo do esperado, especialmente em São Paulo, acendem um sinal de alerta no setor.

Apesar desse cenário, o Itaú BBA manteve suas estimativas para a safra 2025/26. A projeção é de uma moagem de 590 milhões de toneladas, com ATR médio de 141 kg/t e um mix açucareiro de 52%. Isso resultaria em uma produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar, crescimento de 2,7% sobre a safra anterior. Por outro lado, o atraso na comercialização da safra da Tailândia segue pressionando o mercado global, com rumores de que menos da metade da safra local foi vendida até agora.

O balanço global de açúcar aponta para um déficit de 4,9 milhões de toneladas na safra 2024/25, principalmente devido a quebras na Ásia. No entanto, para a safra 2025/26, espera-se um superávit de 2,6 milhões de toneladas, com recuperação expressiva na produção asiática. A expectativa é de crescimento de 18% na Índia e 12% no Paquistão, impulsionados pela normalização climática.

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