Milho: Consultoria recomenda venda imediata
Nos Estados Unidos, o USDA também indica um cenário de forte produção

De acordo com análise divulgada pela TF Agroeconômica, a recomendação atual para os produtores de milho é vender o grão agora, antes que os preços recuem ainda mais. A orientação é utilizar essa primeira venda para cobrir os compromissos feitos a prazo de safra, enquanto o restante da produção pode ser armazenado e negociado no segundo semestre, quando há perspectiva de recuperação nos preços. A consultoria não vê fatores de alta relevantes no curto prazo, tanto no mercado brasileiro quanto internacional, destacando um cenário predominantemente baixista até julho.
Entre os fatores que pressionam as cotações para baixo, a TF destaca a expectativa de uma safra brasileira maior do que o inicialmente previsto. A consultoria Céleres, por exemplo, elevou sua projeção para a safra total 2024/25 de 134,60 para 135,40 milhões de toneladas, impulsionada pela melhora nas estimativas da safrinha, agora prevista em 104,30 milhões. Em paralelo, a média das estimativas privadas ouvidas pela Reuters para o novo relatório do USDA aponta uma produção brasileira de 126,96 milhões de toneladas, superior à do relatório de abril da agência norte-americana, que havia projetado 126 milhões.
Nos Estados Unidos, o USDA também indica um cenário de forte produção. A safra 2025/26 deve atingir um recorde de 401,01 milhões de toneladas, com rendimento médio estimado em 11.367 kg/ha, superando a melhor marca anterior. O avanço do plantio norte-americano é outro fator de pressão: 40% da área já foi semeada, ritmo superior ao do ano anterior e à média dos últimos cinco anos, beneficiado por chuvas recentes e boas condições do solo no Meio-Oeste.
Por fim, a TF aponta que a ausência de progresso nas relações comerciais entre EUA e Canadá, maior comprador de etanol de milho norte-americano, também adiciona incertezas ao mercado. Um encontro recente entre Donald Trump e o premiê canadense Mark Carney não resultou em avanços concretos, mantendo a tensão no ar. Esse ambiente, somado à ampla oferta global, reforça o momento desfavorável para preços no curto prazo, o que embasa a recomendação de venda imediata para evitar prejuízos.