Norte do país concentra maior número de produtores rurais inadimplentes
Aumento foi mais acentuado na comparação com o mesmo período do ano passado

A inadimplência entre produtores rurais do Brasil chegou a 7,9% no primeiro trimestre de 2025, marcando uma leve alta de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Apesar da elevação, o número ainda é considerado estável e reflete a força do setor em meio aos desafios econômicos recentes.
Segundo dados divulgados Serasa Experian, o aumento foi mais acentuado na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o índice era de 7%. O cenário indica que, mesmo diante de instabilidades, o produtor rural segue, em sua maioria, honrando seus compromissos financeiros.
O levantamento apontou que os grandes proprietários foram os que mais apresentaram dificuldades para manter as contas em dia, com inadimplência atingindo 10,7%. Já os médios ficaram com 7,8%, enquanto os pequenos produtores apresentaram o menor índice, de 7,2%. Produtores sem registro oficial — como arrendatários — também tiveram destaque negativo, com 9,5% de inadimplência.
Regionalmente, o Norte do país foi a área mais afetada, com 11,5% dos produtores inadimplentes. Em seguida vieram o Nordeste (9,4%), Centro-Oeste (8,5%), Sudeste (6,7%) e Sul (5,4%), que manteve o menor índice entre as regiões analisadas.
Apesar do cenário desafiador, os produtores que contraíram dívidas diretamente com o setor agroindustrial apresentaram taxas de inadimplência quase nulas. Enquanto instituições financeiras somaram 7,1%, os compromissos com empresas ligadas à cadeia agro ficaram em apenas 0,3%. Esse dado reforça o comprometimento do setor em manter ativa sua principal rede de financiamento e suprimentos.
A expectativa é que, com a estabilização dos custos de produção e o avanço das políticas de crédito rural, os índices possam recuar ao longo dos próximos trimestres.