CRISPR revoluciona o agro com precisão genética

Segundo Erexauá Michalski de Almeida, engenheiro agrônomo, a biotecnologia deu mais um salto no campo com a chegada do CRISPR, ferramenta que está transformando a agricultura de forma mais natural e precisa. Diferente dos organismos geneticamente modificados (OGMs), que inserem genes de outras espécies, o CRISPR edita diretamente o DNA da planta, preservando sua identidade genética original e permitindo o desenvolvimento de cultivares com características altamente desejáveis.

Entre os benefícios das sementes editadas com CRISPR estão a melhoria do valor nutricional e resistência a condições climáticas extremas. A tecnologia já permitiu o desenvolvimento de soja com baixo teor de gordura saturada e zero trans, além de milho com maior teor de amido, ideal para fins industriais e alimentares. Em relação ao clima, destacam-se cultivares como o trigo resistente à seca, utilizando genes do girassol, e o milho tolerante ao alagamento, adaptável a sistemas semelhantes aos do arroz. Tomates editados com CRISPR também suportam altas temperaturas sem comprometer a produtividade.

Outro avanço é o aumento da vida útil dos frutos, como no caso da banana editada geneticamente para amadurecer mais lentamente, evitando o escurecimento precoce. Isso representa um grande benefício logístico, reduzindo perdas no transporte e aumentando a durabilidade nas prateleiras dos supermercados.

Mais do que uma inovação, o CRISPR simboliza uma adaptação inteligente da agricultura ao futuro. À medida que mais cultivares editadas se tornarem acessíveis, a ferramenta promete revolucionar o modo como se planta, colhe e alimenta o mundo — com mais eficiência, sustentabilidade e respeito à diversidade genética.