Cacau tecnológico impulsiona nova revolução agrícola
O cacau vem cumprir um papel que já foi do algodão

O Cerrado da Bahia, já consolidado como polo da cotonicultura brasileira, vive agora um novo salto de inovação com a cultura do cacau. Em apenas sete anos, a cacauicultura na região vem apresentando índices de produtividade até dez vezes superiores à média nacional, impulsionada por um modelo produtivo moderno, sustentável e altamente tecnológico.
Diferente do cacau tradicional cultivado em áreas sombreadas, o modelo baiano aposta em lavouras a pleno sol, com manejo regenerativo em pastagens degradadas, irrigação eficiente e agricultura de precisão. O resultado é uma produção que chega a 250 arrobas por hectare, aliando desempenho com sustentabilidade e acesso a produtores de todos os portes.
As condições naturais do Oeste baiano — clima definido, recursos hídricos e solos férteis — favorecem esse modelo inovador, permitindo a expansão da cultura em municípios como Barreiras, São Desidério e Luís Eduardo Magalhães. Além de diversificar a produção agrícola, a cacauicultura se torna uma nova estratégia de resiliência econômica e ambiental para o campo.
Esse novo ciclo de desenvolvimento, segundo lideranças do setor, lembra os primeiros passos do algodão na região e projeta a Bahia como protagonista em mais uma revolução agrícola brasileira, agora com um cacau de alta qualidade, tecnologia embarcada e vocação exportadora.
Para o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Moisés Schmidt, o paralelo é inevitável. “O que estamos vendo com o cacau hoje lembra muito o início da cotonicultura no Oeste. Uma cultura desafiadora, que exigiu adaptação e conhecimento técnico, mas que encontrou no Cerrado baiano as condições ideais para se desenvolver. Assim como o algodão, o cacau tem potencial para colocar a Bahia e o Brasil em uma nova posição de destaque mundial”, afirma.