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Tarifa de Trump pode gerar demissões no agro

“Essa tarifa vem em um momento muito delicado"



“Essa tarifa vem em um momento muito delicado" “Essa tarifa vem em um momento muito delicado" - Foto: Pixabay

A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos deve atingir em cheio o agronegócio brasileiro, especialmente os setores de carne e café, que estão entre os principais produtos exportados para o mercado americano, segundo o advogado tributarista especializado no setor rural, Fernando Melo de Carvalho. A medida pode provocar queda no faturamento das exportações, pressionando margens e levando a cortes de empregos em um setor que emprega mais de 28 milhões de pessoas no país, conforme dados da CNA.

O aumento da tarifa ocorre em um momento já delicado para o agro, que enfrenta juros elevados, menos recursos no Plano Safra e dificuldades no acesso ao crédito. A elevação dos custos para entrar no mercado americano pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros e desestimular a atividade exportadora, afetando diretamente produtores que dependem desse canal de vendas.

“Essa tarifa vem em um momento muito delicado e deve impactar a rentabilidade de quem depende das exportações para os Estados Unidos. Apesar dos preços terem uma tendência de queda, por outro lado, isso desestimula as atividades ligadas à exportação, reduz o faturamento e pode levar a demissões”, alertou.

Além do agronegócio, setores da indústria também devem ser impactados, especialmente aqueles que utilizam insumos importados. O encarecimento desses itens pode comprometer cadeias produtivas e aumentar os custos internos de produção.

Tarifas de importação são ferramentas frequentemente utilizadas por países para proteger mercados internos ou estimular segmentos estratégicos. No entanto, o uso desse instrumento de forma abrupta pode gerar desequilíbrios e prejudicar tanto exportadores quanto consumidores nos países envolvidos.

“Na nossa Constituição, existe a previsão de utilizar certos impostos como mecanismo de controle. Por exemplo, pode-se aumentar o imposto de importação sobre determinado produto que não se deseja no mercado brasileiro, para proteger a produção nacional. Mas esse tipo de medida deve ser usado com cautela, justamente para não prejudicar não só as exportações de produtos agropecuários, mas também os importadores, como o mercado americano, que consome fortemente a nossa carne”, completou.
 

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