Milho recua na B3 e em Chicago

Segundo informações da TF Agroeconômica, os contratos futuros de milho encerraram o dia em baixa na B3, acompanhando o recuo do dólar e do mercado internacional de Chicago. O movimento ocorreu justamente no primeiro dia de vigência das tarifas de 50% impostas pelo governo Donald Trump, o que trouxe apreensão aos investidores, mesmo sem impacto direto sobre o milho brasileiro.

Apesar de o cereal não estar na lista de produtos tarifados, há preocupações indiretas. A demanda por milho para alimentação animal pode cair no mercado interno, já que a carne — um dos principais itens da cadeia — não foi incluída nas exceções. Além disso, há especulações de que o etanol de milho americano possa ser usado como moeda de troca em futuras negociações bilaterais, o que preocupa o setor, especialmente em um momento de expansão da indústria brasileira de etanol de milho.

Na B3, os contratos futuros refletiram esse cenário de incertezas: o vencimento de setembro/25 fechou em R$ 65,54 (queda de R$ 0,20 no dia e R$ 1,34 na semana), novembro/25 caiu para R$ 67,83 (R$ 0,58 no dia e R$ 1,64 na semana) e janeiro/26 recuou para R$ 70,49 (R$ 0,82 no dia e R$ 2,64 na semana).

Em Chicago (CBOT), o milho também fechou em baixa. O contrato de setembro caiu 0,39% para US$ 379,75/bushel, enquanto dezembro recuou 0,19%, cotado a US$ 401,25/bushel. A produção semanal de etanol recuou novamente e os estoques caíram 4%, porém a demanda externa segue aquecida, amenizando maiores quedas. Em julho, os EUA exportaram 6,747 milhões de toneladas de milho, o segundo maior volume para o mês, e as exportações de etanol atingiram 173,67 milhões de galões — 29,6% acima do registrado no ano anterior.