Preço do arroz sobe 4,5% em julho, mas mercado segue travado no RS
Postura cautelosa dos produtores tem limitado o volume de negócios

A comercialização de arroz em casca no Rio Grande do Sul segue em ritmo lento, mesmo com o avanço dos preços em julho. A postura cautelosa dos produtores tem limitado o volume de negócios no principal estado produtor do país, refletindo um cenário de incertezas e baixa liquidez no setor.
De acordo com informações divulgadas pelo Cepea, ainda que algumas indústrias tenham demonstrado interesse pontual, especialmente por lotes com mais de 60% de grãos inteiros, a maioria dos vendedores segue retraída, apostando em uma possível valorização nas próximas semanas. Esse comportamento tem restringido os negócios a pequenos volumes, o que mantém o mercado travado.
O boletim também destaca que a demanda externa, tradicionalmente um fator de suporte aos preços internos, esteve enfraquecida na última semana. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a menor procura internacional pode estar ligada às políticas tarifárias impostas pelos Estados Unidos, o que tem gerado um ambiente de impasse nas negociações.
Mesmo diante desse cenário de lentidão nos negócios, o Indicador CEPEA/IRGA-RS registrou valorização de 4,5% no acumulado de julho, alcançando média de R$ 68,14 por saca de 50 quilos. Esse valor representa uma alta de 1,68% em relação a junho, mas ainda está 40,78% abaixo do registrado em julho do ano passado.
O mercado de arroz, portanto, vive um momento de dualidade: de um lado, preços em leve recuperação; do outro, vendedores resistentes e compradores mais seletivos, o que mantém o ritmo das negociações aquém do esperado para esta época do ano. A expectativa agora gira em torno do comportamento da demanda internacional e dos desdobramentos das políticas comerciais globais.