Sanções tributárias dos EUA exigem reação rápida
Nesse cenário, a sobrevivência não está ligada ao tamanho das corporações

As sanções tributárias aplicadas pelos Estados Unidos deixaram de ser apenas medidas políticas ou diplomáticas, passando a representar um sinal claro de que a era da neutralidade econômica chegou ao fim. Segundo Anderson Ozawa, professor da FIA Business School, companhias globais ou expostas ao dólar já sentem os impactos no caixa, nas margens e na fluidez das operações internacionais.
Nesse cenário, a sobrevivência não está ligada ao tamanho das corporações, mas à sua preparação estratégica. A primeira resposta deve ser técnica, com revisão imediata da arquitetura fiscal internacional, análise de exposição cruzada e do transfer pricing, além da busca por consultorias especializadas em planejamento global.
Outro ponto crucial é redesenhar cadeias de valor com lógica geopolítica, diversificando fornecedores e rotas comerciais, além de reforçar compliance e governança, já que multas por descumprimento podem inviabilizar negócios. A criação de comitês de inteligência tributária e simulações de impacto (“war games tributários”) também são medidas recomendadas para antecipar riscos.
Por fim, proteger o caixa se torna mandatório, com renegociação de contratos dolarizados, revisão de projeções financeiras e recuperação de créditos tributários. Para Ozawa, a questão não é mais se as empresas serão impactadas, mas quanto e por quanto tempo — e a diferença entre sobreviver e liderar dependerá da maturidade estratégica e da velocidade de reação.
“A questão não é mais se sua empresa será impactada. A questão é quanto e por quanto tempo. E a resposta a tudo isso está na maturidade estratégica e na velocidade de reação aos acontecimentos. Se você está apenas “esperando para ver”, já está atrasado. É tempo de ação. Com método, inteligência e coragem para ajustar o rumo”, comenta.