Soja encerra o dia em queda em Chicago
A proximidade da colheita da nova safra intensifica a preocupação

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a terça-feira (19) em baixa, pressionada pelo bom andamento da safra americana e pelas expectativas de produção mais elevada. Segundo informações da TF Agroeconômica, os contratos da oleaginosa recuaram após o USDA manter a classificação das lavouras nos Estados Unidos e a primeira rodada do ProFarmer Crop Tour indicar bom desempenho das plantações em Dakota do Sul e Ohio.
No fechamento do dia, o contrato de soja para setembro, referência para a safra brasileira, caiu -0,76% ou 7,75 cents/bushel, encerrando a US$ 1.013,00. A posição de novembro recuou -0,82% ou 7,50 cents/bushel, cotada a US$ 1.033,75. Já o farelo de soja para setembro subiu 2,53% ou US$ 7,00/ton curta, a US$ 287,50, enquanto o óleo de soja no mesmo vencimento registrou queda expressiva de -2,98% ou US$ 1,59/libra-peso, finalizando em US$ 51,68.
A proximidade da colheita da nova safra intensifica a preocupação de produtores e exportadores americanos, que enfrentam dificuldades nas vendas externas. A Associação Americana de Soja enviou uma carta ao presidente Donald Trump solicitando prioridade nas negociações com Pequim para remover tarifas retaliatórias de 20% e garantir compromissos de compra. O grupo alerta para um “abismo comercial e financeiro”, já que a China segue ausente do mercado norte-americano e ampliou contratos de importação com o Brasil. Até o momento, as vendas da nova temporada estão 19% abaixo do mesmo período do ciclo anterior.
O ProFarmer Crop Tour trouxe novos sinais baixistas ao mercado. A contagem de vagens na Dakota do Sul atingiu 1.188,45 em talhões de 90x90 cm, superando a média de 970,10 das três últimas edições e os 1.025,89 registrados em 2024. Em Ohio, a média foi de 1.287,28, acima dos 1.229,93 do ano passado e da média histórica de 1.204,83. Nesta quarta-feira, os técnicos do tour seguem avaliando áreas em Nebraska e Indiana, o que deve trazer novos indicativos para o mercado.