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Café paranaense obtém Denominação de Origem inédita

“O Brasil possui um potencial gigantesco para transformar produtos em símbolos"



“O Brasil possui um potencial gigantesco para transformar produtos locais em símbolos" “O Brasil possui um potencial gigantesco para transformar produtos locais em símbolos" - Foto: Divulgação

O café de Mandaguari (PR) acaba de conquistar a primeira Denominação de Origem (DO) do Brasil baseada em análise microbiológica. O reconhecimento, oficializado pelo INPI, foi resultado de uma parceria entre a GoGenetic Agro e a Viva Soluções, que utilizaram um estudo inédito do microbioma dos grãos para comprovar a singularidade do produto. A técnica identificou microrganismos específicos presentes no café da região, inexistentes em outras áreas produtoras, reforçando o vínculo entre terroir e qualidade.

Segundo Ton Lugarini, da Viva Soluções, o projeto reduziu drasticamente o tempo e o custo de comprovação técnica exigidos para uma DO. Enquanto estudos acadêmicos podem levar anos, a GoGenetic concluiu coleta, sequenciamento e laudos em apenas 40 dias. Essa base científica foi incorporada ao caderno de especificações e demais requisitos do processo, que durou cerca de um ano e meio até o reconhecimento.

O modelo segue uma tendência global: dados da OMPI mostram mais de 10 mil Indicações Geográficas registradas no mundo, com produtos que podem alcançar até 2,23 vezes mais valor que equivalentes genéricos. No Brasil, segundo o INPI, há 139 IGs, sendo 31 DOs. Casos como o Queijo Canastra e o vinho do Vale dos Vinhedos mostram que o selo impulsiona exportações, turismo e marketing territorial. “Comprovamos cientificamente que os cafés de Mandaguari são únicos. Foi a primeira vez que usamos análise de microbiota para sustentar um pedido de DO”, comenta.

Para Eduardo Balsanelli, da GoGenetic, a conquista vai além da chancela oficial, representando uma oportunidade de posicionar Mandaguari no mercado internacional com um café de perfil adocicado, notas florais e forte identidade cultural. Ele destaca que a união de ciência, tradição e estratégia pode transformar produtos locais em ícones globais, criando valor para produtores e fortalecendo o agro brasileiro.

“O Brasil possui um potencial gigantesco para transformar produtos locais em símbolos de excelência global. E a história do café de Mandaguari mostra que tradição, ciência e estratégia podem — e devem — caminhar juntas”, analisa.
 

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