Óleo de soja ganha protagonismo e empata com farelo na margem da indústria
O óleo respondeu por 49% da margem, contra 51% do farelo

A participação do óleo de soja na margem de lucro da indústria de esmagamento atingiu 49% na última semana, aproximando-se do farelo e configurando um cenário inédito no setor. A demanda aquecida do biodiesel impulsiona a valorização.
Pela primeira vez em anos, o óleo de soja se iguala praticamente ao farelo na composição da margem da indústria de esmagamento. Os dados mais recentes apontam que, em 11 de setembro, o óleo respondeu por 49% da margem, contra 51% do farelo. Até então, o farelo mantinha liderança expressiva, com média anual de 62,2%, frente a 37,8% do óleo.
O movimento reflete um avanço significativo na demanda por óleo, especialmente como insumo energético. A maior procura pressiona os preços e altera o equilíbrio histórico entre os dois derivados. Essa mudança reconfigura estratégias industriais e comerciais, abrindo espaço para novas projeções dentro da cadeia da soja.
A valorização do óleo acompanha também o cenário externo, com exportações em ritmo acelerado e competitividade ampliada por fatores cambiais. Já o farelo, mais vinculado ao mercado de proteínas animais, enfrenta estabilidade nas cotações, limitando sua margem de crescimento no curto prazo.
Com essa nova composição, o mercado passa a observar de perto os efeitos nas decisões de esmagamento, no planejamento logístico e nas estratégias de comercialização. O aumento da competitividade do óleo tende a influenciar também as decisões de investimento na indústria de biodiesel e pode repercutir no comportamento do mercado de grãos.
Embora o farelo ainda mantenha importância central, sobretudo como fonte proteica na nutrição animal, o equilíbrio atual entre os derivados sinaliza uma transformação relevante nas dinâmicas de rentabilidade industrial.