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Irã x Israel: Conflito acende alerta no agro

Além dos insumos, as exportações brasileiras também podem ser impactadas



Além dos insumos, as exportações brasileiras também podem ser impactadas Além dos insumos, as exportações brasileiras também podem ser impactadas - Foto: Divulgação

A escalada das tensões entre Irã e Israel, apesar do cessar-fogo recente, mantém o agronegócio brasileiro em estado de alerta. Com a entrada dos EUA no conflito e ataques ao território iraniano, o cenário geopolítico continua instável e já afeta setores sensíveis como o fornecimento de insumos e a logística internacional. Segundo Felipe Jordy, gerente da Biond Agro, a guerra parece distante, mas as consequências já batem à porta do campo brasileiro.

De acordo com dados da EIA (Administração de Informação de Energia dos EUA), o Irã possui a terceira maior reserva de petróleo do mundo. O aumento do preço do barril — que ultrapassou os US$ 75 — encarece o combustível marítimo e pressiona os custos de importação de fertilizantes e defensivos agrícolas. A ureia iraniana, que responde por cerca de 20% das importações brasileiras, entra na rota de risco, tanto pela elevação do custo quanto pela ameaça de bloqueios logísticos em portos e no estratégico Estreito de Ormuz.

Além dos insumos, as exportações brasileiras também podem ser impactadas. O Irã é um dos principais destinos do milho e da soja nacional. Caso haja sanções ou interrupções na infraestrutura portuária da região, o Brasil pode enfrentar dificuldades para escoar sua supersafra, aumentando a oferta interna e pressionando os preços. “O aumento do petróleo encarece o transporte, eleva o custo de toda cadeia produtiva e pressiona o produtor rural brasileiro em várias frentes”, explica.

Com margens já apertadas e o planejamento da próxima safra em curso, o produtor rural brasileiro vê-se diante de um novo ciclo de incertezas. O momento exige atenção redobrada a riscos externos e estratégias de diversificação de mercados e fornecedores.

“Temos uma supersafra no Brasil, grandes volumes também vindo da Argentina e dos EUA, e agora o risco de perder um importante comprador. O resultado pode ser pressão de preços e margens ainda mais apertadas ao produtor”, finaliza Jordy.
 

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