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Safrinha robusta pressiona queda no preço do milho

Preço do milho cai com expectativa de alta na safra



Foto: Nadia Borges

A análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), publicada na quinta-feira (22), aponta continuidade da tendência de baixa nos preços do milho no Brasil, influenciada pela expectativa de uma safra robusta.

De acordo com o levantamento, a média gaúcha encerrou a semana cotada a R$ 64,37 por saca, enquanto nas principais praças comerciais o produto foi negociado a R$ 61,00. Nas demais regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 53,00 e R$ 68,00 por saca.

A queda é atribuída à perspectiva de uma safrinha cheia no Brasil, aliada a uma produção mundial expressiva. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registrou, na semana anterior, o menor valor nominal desde janeiro, conforme análise do Cepea.

“Parte dos consumidores brasileiros prefere se afastar do mercado e aguardar novas reduções de preços para recompor os estoques”, destacou a nota da Ceema, ao comentar o comportamento da demanda interna.

No Paraná, a colheita da segunda safra de milho começou de forma tímida, com 1% da área colhida, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). Ainda segundo o órgão, 19% da área semeada encontra-se em fase de maturação, e a colheita deve ganhar ritmo a partir da segunda quinzena de junho. “O milho plantado mais cedo apresenta perdas significativas, em alguns casos, por conta da falta de chuva em momentos anteriores”, informou o Deral.

A expectativa no estado é de um aumento de 26% na produção em relação à segunda safra de 2023, impulsionado tanto pelo clima recente quanto pela ampliação de 7% na área semeada.

Em nível nacional, a estimativa para a safrinha atual é de 112,9 milhões de toneladas, alta de 10,5% sobre o ano anterior. A área semeada chega a 17,9 milhões de hectares, um milhão a mais do que em 2023. A produtividade média estimada é de 105 sacas por hectare, um crescimento de 4,1% em relação ao ciclo passado.

Com isso, a produção total de milho no Brasil pode atingir 140 milhões de toneladas, tornando-se a segunda maior da história do país — atrás apenas da safra 2022/23, que alcançou 141,8 milhões de toneladas. Segundo a consultoria Agroconsult, a área total semeada com milho deve chegar a 22,2 milhões de hectares. Até o momento, a comercialização da safra atual atinge 32,4% do total previsto para colheita.

Apesar do cenário de aumento da oferta, há preocupações com possíveis impactos da gripe aviária no consumo interno do cereal. A eventual necessidade de abate de animais contaminados pode reduzir a demanda, pressionando ainda mais os preços. A previsão atual é de consumo doméstico de 96,7 milhões de toneladas e exportações de 42,8 milhões de toneladas.

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