
O mercado do feijão-carioca anda tão previsível quanto o final de novela: basta aumentar a oferta para o preço recuar mais um pouco, segundo o Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (Ibrafe). O empacotador segue cauteloso, comprando apenas quando consegue vender, e as vendas, por sua vez, dependem do giro no varejo e da concorrência com outros tipos de feijão, mantendo o mercado em compasso de espera.
Enquanto isso, o Feijão-preto até ensaia uma valorização, mas enfrenta uma realidade de estoques altos, o que limita qualquer reação mais firme nos preços. É como uma música repetida em rádio de interior: está lá, mas não anima tanto. O resultado é um ambiente de negociações lentas e produtores atentos a cada movimentação de preço, torcendo por sinais de maior consumo ou escoamento.
Nesse cenário de incerteza, o Ibrafe reforça que confiar em “achismos” de balcão ou boatos de grupos de WhatsApp pode custar caro. Para quem deseja se antecipar às tendências, a recomendação é contar com informações de qualidade, análises fundamentadas e acompanhamento direto de quem atua no setor diariamente.
Além disso, o início da colheita do Feijão-caupi fez os preços despencarem, com negócios a R$ 110/sc em Mato Grosso e R$ 130/sc na Bahia, mas a qualidade da safra surpreende pelo alto padrão, com grãos bonitos e uniformes, o que pode estimular o consumo, impulsionar exportações e equilibrar o mercado, apesar da oferta elevada.
“No Vale do Araguaia? Primeira referência de irrigado de Goiás: Feijão Marhe a R$ 260/sc. Ou seja, quem planta bem, colhe bem — e vende melhor. Agora, pare e pense: você vai sair vendendo a qualquer preço? Vai entrar na dança da liquidação? Será que se colocar na câmara fria vai dar certo? Se você ainda tá no modo "vamos ver no que dá", cuidado: o mercado não perdoa bobeira”, conclui.