Problemas logísticos afetaram escoamento do milho

A edição de julho do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta quarta-feira (23), aponta que o mercado interno de milho tem enfrentado lentidão nas negociações e queda na representatividade das exportações. Segundo a Conab, o cenário é influenciado por uma combinação de fatores como expectativa de colheita volumosa, excesso de oferta e impactos da gripe aviária no consumo doméstico e internacional.

“O excesso de oferta e os problemas logísticos nacionais estão obrigando muitos produtores, pelo menos momentaneamente, a tentarem vender suas produções”, informou a companhia. Além disso, a falta de espaço para armazenagem tem contribuído para a pressão baixista sobre os preços do cereal.

Apesar das dificuldades observadas neste mês, a Conab projeta que as cotações do milho tendem a se elevar nos próximos meses. A alta deve ser impulsionada, principalmente, pela demanda das indústrias de etanol e do setor de proteína animal, além da retomada das exportações.

De acordo com os dados do boletim, as exportações de milho em junho de 2025 somaram 6,4 milhões de toneladas, inferior ao volume de 8,3 milhões de toneladas registrado no mesmo mês do ano anterior. O Porto de Santos liderou a movimentação com 27,2% dos embarques, participação semelhante à do ano passado, que foi de 27%.

Os portos do Arco Norte, por sua vez, escoaram 26,7% do volume, queda em relação aos 49,1% do mesmo período de 2024. Em contrapartida, outros terminais apresentaram crescimento na movimentação, como São Francisco do Sul (18,7% contra 12,9% no ano anterior), Paranaguá (12,2% contra 6,4%) e Rio Grande (12,1% contra 0,9%).

Segundo o levantamento da Conab, os estados que mais contribuíram com os embarques de milho no período foram Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.