Produção de peixes cresce em Goiás em 2024
A piscicultura brasileira vive um momento de consolidação e crescimento

Goiás reúne características naturais e econômicas ideais para se destacar ainda mais nesse setor.
A piscicultura brasileira vive um momento de consolidação e crescimento. Em 2024, a produção nacional de tilápia saltou 14,36% em relação ao ano anterior, alcançando a marca histórica de 662.230 toneladas. O dado, divulgado no Anuário Peixe BR 2025, comprova o protagonismo da tilápia na piscicultura brasileira. A espécie já representa 68,36% que é cultivado no país. Esse crescimento é reflexo de um ciclo iniciado ainda em 2023, quando produtores, diante de um cenário favorável, investiram no mercado. “Pelo lado positivo, os números foram excelentes, comprovando que a tilápia se tornou uma proteína animal apreciada pelo consumidor brasileiro. Pelo lado negativo, os preços ao produtor oscilaram durante boa parte do ano. É preciso que todos os elos atuem em conjunto para proporcionar resultado econômico positivo para todos, dos fornecedores de genética à indústria”, destaca Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
Goiás tem acompanhado esse avanço. Em 2024, a produção goiana de peixes de cultivo chegou a 30.730 toneladas, resultado superior ao de 2023 (29.850 t) e de 2022 (30.500 t), sinalizando uma retomada e estabilidade do setor. A tilápia lidera o ranking estadual com 23.200 toneladas, seguida pelos peixes nativos (7.300 t) e outras espécies, como carpa, truta e panga. Os municípios que mais produzem são Niquelândia, Inaciolândia, Quirinópolis, Gouvelândia e Luziânia, compondo um mapa estratégico para o desenvolvimento da atividade aquícola no estado.
Para Paulo Roberto Silveira Filho, presidente da Comissão de Aquicultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Goiás reúne características naturais e econômicas ideais para se destacar ainda mais nesse setor. “Nossa localização privilegiada, próxima ao Distrito Federal, somada a um clima favorável e à forte produção de grãos, forma uma combinação perfeita para o crescimento da piscicultura. Em 2024, os custos com milho e farelo de soja estiveram em patamares mais acessíveis, o que ajudou a impulsionar a produção”, explica. No entanto, ele também alerta para desafios que ainda freiam o avanço da atividade, como a falta de isonomia tributária entre os estados do Centro-Oeste e as frequentes atualizações na legislação, que geram insegurança, principalmente entre pequenos e médios produtores.
Apesar dos entraves, o setor respira otimismo. O Brasil já figura como referência mundial na produção de tilápia, com estimativas internacionais indicando quase 7 milhões de toneladas produzidas globalmente em 2024. A expectativa para 2025 é de um crescimento adicional de até 5%, elevando a oferta global para 7,3 milhões de toneladas, segundo a FAO e outras consultorias do setor. Com esse cenário, Goiás tem a oportunidade de ampliar sua participação no mercado nacional e internacional, desde que invista em estrutura, políticas públicas e valorização dos produtores.
Nesse sentido, a atuação do Senar Goiás tem sido essencial. Por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), a instituição oferece suporte contínuo aos piscicultores em todo o estado. Nesta semana foi realizado um encontro entre os técnicos de campo que acompanham os produtores assistidos. "A troca de experiências a atualização constante de técnicas de manejo têm gerado resultados expressivos, contribuindo para a profissionalização da atividade e o aumento da produtividade. Os produtores atendidos pelo Senar vêm se destacando não apenas pela qualidade do peixe, mas também pela gestão eficiente dos negócios. A piscicultura deixou de ser uma atividade de subsistência para se tornar um setor estratégico da agropecuária goiana”, reforça Dirceu Borges, superintende do Senar Goiás.
Dados: peixebr/anuario-2025
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag