Mercado de soja fecha em alta
Os destinos não revelados foram responsáveis por 431,7 mil toneladas das vendas

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a quinta-feira em alta, impulsionada pela expectativa de que o USDA reduza sua previsão de safra norte-americana devido à deterioração das lavouras causada pelo tempo seco. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de novembro fechou com valorização de 0,80%, a US$ 1.033,50 por bushel, enquanto o contrato de janeiro avançou 0,74%, para US$ 1.052,50. O farelo de soja para outubro também registrou alta de 0,92%, cotado a US$ 286,10 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja para o mesmo vencimento subiu 1,21%, a US$ 51,08 por libra-peso.
De acordo com analistas consultados pela Bloomberg, há expectativa de que o relatório WASDE, a ser divulgado nesta sexta-feira, indique um corte de cerca de 800 mil toneladas na produção de soja dos Estados Unidos, levando a estimativa para 116 milhões de toneladas. Essa perspectiva de menor oferta nos EUA, combinada à decisão da Argentina de reduzir sua área de plantio, deu suporte adicional às cotações.
Apesar do movimento positivo, a fraqueza das exportações norte-americanas limita ganhos mais consistentes. A ausência da China entre os principais compradores da nova safra é um fator de preocupação para o mercado. O USDA reportou vendas semanais de soja 2025/26 de 541,1 mil toneladas, volume abaixo do registrado na semana anterior, de 818,5 mil toneladas, e próximo da faixa mínima esperada por fornecedores privados, que projetavam algo entre 400 mil e 1,6 milhão de toneladas.
Os destinos não revelados foram responsáveis por 431,7 mil toneladas das vendas, mantendo-se como principal comprador. Ainda assim, a demanda segue aquém do esperado, o que pode trazer volatilidade aos preços nos próximos dias. A combinação entre incertezas climáticas, redução de área plantada na Argentina e ritmo lento das exportações deve continuar guiando o comportamento do mercado no curto prazo.