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Oferta elevada de leite pressiona preços no campo

Mercado lácteo brasileiro segue em compasso de desequilíbrio



Foto: Pixabay

O mercado lácteo brasileiro segue em compasso de desequilíbrio entre oferta e demanda. A produção continua em alta, o que pressiona os preços pagos ao produtor, mesmo diante de custos de produção em retração.

De acordo com informações divulgadas pelo Cepea, o leite captado em junho foi negociado, em média, a R$ 2,6474 por litro na “Média Brasil”. O Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou avanço de 3,31% de maio para junho e, em um período de 13 meses, acumula crescimento de 31,2%. Essa elevação na disponibilidade, segundo analistas, tem sido maior do que a demanda, o que sustenta a pressão baixista sobre as cotações.

No mercado de derivados, a situação não foi diferente. O preço médio do leite UHT negociado em São Paulo ficou em R$ 4,39 por litro em julho, uma leve alta de 0,93% em relação ao mês anterior, mas ainda 7,45% abaixo do registrado no mesmo período de 2024. Já o leite em pó foi cotado a R$ 30,89/kg, queda de 0,14% no mês e 2,56% no ano. O queijo muçarela também recuou, chegando a R$ 32,29/kg, com baixas de 0,86% frente a junho e de 2,05% no comparativo anual.

No comércio exterior, julho trouxe crescimento tanto nas importações quanto nas exportações. O Brasil importou 177,01 milhões de litros equivalentes de leite, alta de 10,34% frente a junho, enquanto as exportações subiram 8,26%, somando 5,58 milhões de litros. Apesar disso, o déficit da balança comercial aumentou 10,4%, atingindo 171,43 milhões de litros – o que representa US$ 76,34 milhões.

Por outro lado, os custos de produção trouxeram algum alívio ao setor. Em julho, o Custo Operacional Efetivo (COE) registrou retração de 0,59% na média nacional. O movimento, no entanto, não foi uniforme: enquanto São Paulo e Santa Catarina tiveram aumento nos custos, estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Bahia observaram redução.

A combinação de estoques elevados, consumo retraído e oferta abundante mantém o cenário desafiador para os produtores, que seguem em busca de margens mais equilibradas diante da volatilidade do mercado.

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