Atraso na colheita eleva milho na B3
Esse cenário reforça a importância de um volume mínimo de exportações

Segundo informações da TF Agroeconômica, o milho negociado na B3 encerrou a segunda-feira em alta, impulsionado pelo atraso na colheita e no programa de exportação brasileiro. O relatório semanal da Conab apontou avanço de apenas 3,9% na colheita da safrinha, ritmo abaixo dos 13,1% do mesmo período de 2024 e da média de 8,4% dos últimos cinco anos. Além disso, as exportações seguem lentas: em maio, houve queda de 90,6% em relação ao ano anterior, e nos primeiros 10 dias de junho, o volume embarcado foi apenas 7,8% do registrado no mesmo período de 2024.
Esse cenário reforça a importância de um volume mínimo de exportações para equilibrar os estoques internos e manter a paridade de preços com o mercado internacional. Na B3, os principais contratos futuros de milho fecharam em alta: julho/25 foi negociado a R\$ 62,87 (+R\$ 0,46 no dia), setembro/25 a R\$ 67,61 (+R\$ 0,30), embora ambos ainda apresentem queda acumulada na semana.
No mercado internacional, o milho na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou misto nesta terça-feira. O contrato de julho, referência para a safra de verão brasileira, recuou 0,75% ou \$ 3,25 cents/bushel, cotado a \$ 431,50. Já o contrato de setembro, usado como referência para a safrinha, avançou 0,95% ou \$ 4,00 cents/bushel, encerrando a \$ 423,75.
Essa variação foi motivada pela combinação de fatores: ajustes na safra antiga, alta expressiva do trigo e a expectativa de maior demanda por etanol, em meio ao agravamento das tensões entre Israel e Irã. A lentidão na colheita brasileira e o ritmo fraco das exportações também ajudaram a sustentar as cotações da nova safra.