Planta daninha: controle da apaga-fogo exige manejo integrado
Apaga-fogo compromete luz e nutrição das culturas

Presente em todas as regiões do país, a planta daninha conhecida como apaga-fogo (Alternanthera tenella) representa um desafio recorrente para agricultores, especialmente durante o período de entressafra. Em artigo publicado no Blog da Aegro, a engenheira agrônoma Tatiza Barcellos detalha as características da espécie e os impactos que ela provoca nas lavouras brasileiras.
Segundo Barcellos, a apaga-fogo tem ampla distribuição geográfica e se dissemina com facilidade em áreas de cultivo e pastagens. “A planta promove intenso sombreamento sobre a cultura, formando uma barreira física à penetração da luz solar, o que afeta diretamente a produtividade da cultura principal”, afirma.
Além da competição por luz, a espécie também disputa espaço, água e nutrientes com as culturas comerciais. Outro problema destacado pela agrônoma é o fato de que a apaga-fogo pode hospedar pragas e doenças. “Ela é hospedeira natural do ácaro Brevipalpus phoenicis, vetor da leprose dos citros”, alerta.
A planta, que também é chamada de periquito, sempre-viva, alecrim, corrente e perpétua-do-campo, pertence à família Amaranthaceae. Sua presença é especialmente problemática em lavouras de soja, milho, café, cana-de-açúcar, arroz, algodão e feijão.
Durante a colheita, a infestação por apaga-fogo pode provocar o embuchamento de colhedoras, depreciação do produto e aumento nos custos de beneficiamento dos grãos. “A massa vegetal formada por ela dificulta o avanço do fogo quando são realizadas queimadas para renovação de áreas de pastagem”, observa Barcellos.
A engenheira destaca a importância do manejo integrado como estratégia para controlar a espécie. “É fundamental adotar diferentes métodos para garantir maior eficiência no controle da comunidade infestante”, diz. Entre as estratégias recomendadas estão práticas de manejo preventivo, cultural, mecânico, físico e químico.