Açúcar segue pressionado por fatores externos
A safra atual ainda tende a ser saudável

Os preços do açúcar permanecem pressionados, sem reação significativa, diante da ausência de novos fundamentos de oferta e demanda. Segundo análise da Hedgepoint Global Markets, o mercado segue mais influenciado por fatores macroeconômicos, como oscilações no dólar, do que por mudanças concretas no setor. Apesar do início mais lento da safra 25/26 no Centro-Sul do Brasil, a expectativa segue positiva, mesmo com uma produtividade inicial mais baixa devido às condições adversas no desenvolvimento da cana.
De acordo com Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, o foco dos traders começa a se deslocar para o Hemisfério Norte. A Índia deve registrar forte queda na produção na safra 24/25, afetada por clima ruim e redução da área plantada, mas há expectativa de recuperação para 25/26, com boas previsões de monções. Na Tailândia, o cenário é moderadamente otimista, enquanto a China prioriza o fortalecimento da produção doméstica, importando apenas quando os preços são bastante atrativos.
No Brasil, apesar de os primeiros relatórios indicarem produtividade abaixo de 2023, é preciso considerar que no início da safra passada houve grande volume de cana bisada. Com isso, a safra atual ainda tende a ser saudável. Enquanto isso, os fundos seguem vendidos, aguardando novos sinais do mercado. A perspectiva positiva no Hemisfério Norte segue como fator de pressão, dificultando uma recuperação consistente dos preços no curto prazo. “Por exemplo, o pico observado na última quarta-feira foi impulsionado por uma correção no índice do dólar, em vez de qualquer novo desenvolvimento específico do açúcar”, diz.