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Encontro nacional define medidas de segurança no campo

O objetivo da CNA é fomentar políticas de governo em segurança pública e compartilhar práticas que estão dando certo


O Sistema Famato participou do 2º painel sobre Segurança no Campo com especialistas e Polícias Militares de 14 estados e do Distrito Federal para definir estratégias de segurança no campo. O encontro foi realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, na primeira quinzena de outubro. A gestora do Núcleo Jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Elizete Ramos representou o sistema.

“A criminalidade no campo até então não estava entre as prioridades dos problemas enfrentados pelos produtores do estado, uma vez que as questões de logística, meio ambiente,  tributária, sanidade animal, fundiária, incluindo invasões, quilombolas e aumento das reservas indígenas, dentre outras, são os maiores entraves para a atividade. Mas com o aumento de roubos e furtos de defensivos e animais nas propriedades rurais e a visível especialização de quadrilhas nesse ramo, tornou-se imprescindível trazer o tema para o debate nacional e  buscar  soluções viáveis. Por isso, o assunto virou prioridade”, disse Elizete Ramos.

O objetivo da CNA é fomentar políticas de governo em segurança pública e compartilhar práticas que estão dando certo em várias regiões do país. Durante o evento foi apresentada a iniciativa da região de Rondonópolis, realizada em parceria com o sindicato rural, voltada para o patrulhamento rural. 

O Comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Rondonópolis e da 14ª Companhia Independente de Força Tática, Cel. Gleber Cândido Moreno foi um dos painelistas. Para ele, Mato Grosso é um estado cuja fonte de receita está na produção agrícola e pecuária, sendo assim, está no “olho do furação”. “Existe no estado o chamado, “novo cangaço”, quadrilhas especializadas em roubo e/ou furto de defensivos, insumos, máquinas agrícolas, roubo de gado, e entre outros. Por isso, é preciso investimentos em equipamentos de segurança e aumento de policiais preparados para atuar no campo”, salientou o tenente Moreno.

Apesar da pequena estrutura, o trabalho de patrulhamento rural tem sido realizado e conta com o empenho de quatro policiais militares. São realizados policiamento preventivo e visitas de aproximação e orientação com a comunidade. A deficiência está na falta de investimentos em instrumentos básicos de trabalho, como armamento e viaturas. Os policiais se revezam com apenas um veículo em situação precária.

Na região de Rondonópolis existe um trabalho focado no compartilhamento de informações. Através do sindicato rural, os produtores e trabalhadores rurais, são orientados a comunicar casos de roubos, furtos, violência, suspeitos, e a localização da propriedade rural por um grupo de Whatsapp.

No painel também foi apresentado o projeto desenvolvido pelo estado de Goiás, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG). Não muito diferente de Mato Grosso, será necessário o implemento de equipamentos e o envolvimento direto de todas as entidades do agronegócio, sindicatos rurais e da comunidade em geral.

Em Rondonópolis, desde 2014, o sindicato rural, através do então presidente do sindicato rural, Francisco Olavo Pugliesi de Castro, iniciou um movimento próprio para atender as demandas dos produtores rurais, com vigilância de áreas próximas à cidade. Em 2017, foi selada uma parceria entre o sindicato e a Polícia Militar para a realização de patrulhamento rural.

Após as apresentações dos painelistas, ficaram definidas algumas ações, como promover a aproximação entre as Polícias Militares e as Federações de Agricultura e Pecuária do país; elaborar um plano de trabalho entre a CNA e o Conselho Nacional dos Comandantes Gerais (CNCG); elaborar uma política de referência de policiamento rural e promover uma operação nacional integrada, voltada aos crimes praticados na zona rural.a

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