Mercado de trigo mantém cautela no RS, SC e PR
No mercado disponível, o trigo pão comum foi negociado a R$ 1.330 FOB

O mercado de trigo segue em compasso de espera no Sul do Brasil, com negociações pontuais e pouca disposição de compradores e vendedores. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul o ritmo permanece calmo, já que os moinhos estão abastecidos até outubro e aguardam a entrada da safra nova, prevista para iniciar no próximo mês.
No mercado disponível, o trigo pão comum foi negociado a R$ 1.330 FOB, mas a demanda segue fraca e concentrada em operações imediatas. Os estoques da safra velha estão se esgotando, restando praticamente apenas nos moinhos, enquanto cerca de 90 mil toneladas da safra nova já foram contratadas, sobretudo para exportação.
Em Santa Catarina, a expectativa de queda de 16% na produção provocou maior movimento de compradores locais, que tentam garantir volumes adicionais de matéria-prima. No entanto, os preços pagos aos produtores continuam recuando: a saca foi cotada a R$ 75 em Canoinhas, R$ 72 em Chapecó e Rio do Sul, R$ 74,50 em Joaçaba, R$ 76 em São Miguel do Oeste e R$ 75 em Xanxerê. Mesmo com essa movimentação, os moinhos seguem oferecendo abaixo das pedidas dos vendedores, entre R$ 1.280 e R$ 1.300 CIF, contra lotes de R$ 1.330 a R$ 1.350 FOB.
No Paraná, a oscilação do câmbio voltou a interferir no mercado, pressionando os preços do trigo importado. A colheita já começou no norte do estado, com ofertas de trigo novo entre R$ 1.380 e R$ 1.400 FOB, mas os custos de frete encarecem a chegada do produto ao centro do estado. O trigo paraguaio foi cotado a US$ 240/t no Oeste, ou R$ 1.312,80, enquanto o argentino ficou em torno de US$ 270/t para embarque em setembro. Já os preços pagos aos agricultores recuaram 3,17% na semana, caindo para R$ 73,05/saca, abaixo do custo de produção estimado em R$ 74,63 pelo Deral, o que coloca os triticultores em prejuízo imediato.