IA, emprego e futuro: debates tratam logística do agro
Campagna relembrou marcos da mecanização no campo, como a colheita de cana-de-açúcar

Durante dois seminários realizados em Mafra (SC), um voltado ao setor agro e outro ao setor público, o empreendedor Luca Campagna, cofundador da 179BPM Ventures e membro do conselho da AI Brasil, abordou os dilemas e oportunidades que envolvem a inteligência artificial no Brasil. Segundo ele, o contraponto entre o medo de que “a IA vai tirar meu emprego” e a constatação de que “o maior problema do mercado é a falta de mão de obra” evidencia a necessidade de um debate mais maduro sobre o papel da tecnologia na transformação do trabalho.
Campagna relembrou marcos da mecanização no campo, como a colheita de cana-de-açúcar em São Paulo e da soja em outras regiões do país, para mostrar que o avanço tecnológico não necessariamente elimina empregos, mas os transforma. No agro, ele destacou o papel estratégico do Brasil na alimentação global, especialmente após a guerra comercial entre EUA e China. Nesse cenário, tecnologias como AIoT — a integração entre inteligência artificial e internet das coisas — são essenciais para aumentar a produtividade, reduzir custos e ganhar eficiência logística.
Outro ponto levantado foi o potencial do Brasil como polo para investimentos em data centers sustentáveis, devido à sua abundância de recursos naturais, geração de energia renovável e estabilidade geográfica. O avanço da IA demanda infraestrutura robusta e sustentável, o que torna o país atrativo para esse tipo de iniciativa.
“Realizamos uma demonstração de atendimento ao cidadão com o uso de IA, com interação e participação do público presente. Uma oportunidade para mostrar, na prática, como a gestão pública pode oferecer um serviço de qualidade, permitindo que o servidor público concentre sua energia em funções estratégicas”, conclui.