Setor de drones agrícolas deve movimentar US$ 6 bilhões até 2030
Sindag vê salto no uso de drones agrícolas no mundo

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) divulgou, nesta terça-feira (20), o relatório Drones Agrícolas: cenários, virtudes e desafios, com projeções para o setor de pulverização aérea por veículos não tripulados. Segundo o documento, o uso de drones de pulverização na agricultura deve movimentar cerca de US$ 6 bilhões nos próximos cinco anos, com crescimento anual médio estimado entre 20% e 30%.
O documento reúne dados de pesquisas de mercado e análises da entidade sobre o avanço da tecnologia no setor agrícola. Segundo o Sindag, o crescimento está associado à busca por mais eficiência nas lavouras e ao apelo por práticas sustentáveis. A entidade também destaca que o cenário internacional tem favorecido a expansão do uso de drones, sobretudo em razão de mudanças regulatórias e do envelhecimento da população rural em países como França, Espanha e Reino Unido.
“O envelhecimento da mão de obra no campo tem impulsionado governos a facilitar o uso de tecnologias como os drones, que exigem menos esforço físico e aumentam a produtividade”, afirma o relatório.
O Sindag ressalta que o Brasil segue a tendência global, com expansão acelerada do uso de drones, e cita ainda mercados como China, Índia e Estados Unidos como protagonistas da adoção da tecnologia. Na China, por exemplo, cerca de 250 mil drones são utilizados atualmente em uma área agrícola de aproximadamente 120 milhões de hectares. O governo chinês também tem promovido incentivos para estimular o retorno de jovens ao campo, como forma de combater o envelhecimento da população rural, que aumentou 47,9% entre 2007 e 2017.
Na Índia, a tecnologia tem sido incorporada a programas sociais voltados à geração de renda para mulheres. Esses esforços, segundo o Sindag, ampliam o alcance social da inovação.
O relatório também menciona a participação do Ministério da Agricultura do Brasil em reuniões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nas quais o país apresentou sua legislação sobre o uso de drones agrícolas. O tema tem sido discutido internacionalmente desde que o Reino Unido autorizou a pulverização aérea com drones em lavouras da Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Em 2022, a OCDE lançou um documento com diretrizes para o uso da tecnologia, incluindo princípios, processos e critérios de regulação. O grupo de trabalho internacional avalia formas de acelerar a adoção global dos drones agrícolas, com atenção especial aos cenários no Brasil e nos Estados Unidos.